O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quinta-feira, 13, em um cenário no qual o metal vem sendo pressionado pela desvalorização do dólar, moeda no qual é cotado, e a queda nos rendimentos dos Treasuries, que competem com a commodity na busca por segurança. O movimento foi fortalecido nesta sessão com a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em março, que apontou uma desaceleração.

Como efeito, uma das percepções é a de que o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para combater a inflação pode ter menor ímpeto.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta de 1,50%, a US$ 2.055,30 por onça-troy.

De acordo com o analista da Heraeus Alexander Zumpfe, o preço do ouro atingiu uma nova alta anual, devido ao PPI mais fraco dos EUA e a dados “decepcionantes” do mercado de trabalho do país, que sugerem um arrefecimento da economia americana. “Esses dados econômicos reforçam a avaliação do mercado de que o ciclo de alta dos juros está chegando ao fim, o que torna o ouro atrativo para os investidores por não pagar juros em si”, afirma.

Além disso, o preço do ouro é sustentado por um dólar mais fraco, que caiu em relação ao euro para uma baixa anual, aponta.

Para a Capital Economics, a recente força no preço do ouro provavelmente continuará ao longo deste ano e em 2024, já que as taxas de juros mais baixas “sem risco” aumentam o apelo relativo do metal amarelo. “O preço do ouro tem sido um dos principais beneficiários dos eventos recentes nos EUA”, avalia.

As questões no setor bancário aumentaram a probabilidade de condições de crédito mais restritivas este ano, o que pode significar que o Fed pode se dar ao luxo de ser um pouco menos agressivo em sua missão de reduzir a inflação para a meta, afirma a consultoria.