O ouro fechou em alta nesta quinta-feira, dia em que o dólar operou volátil ante moedas rivais, de olho no aperto monetário ao redor do mundo após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) novamente subir os juros em 75 pontos-base nos EUA.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro subiu 0,32%, a US$ 1.681,10 por onça-troy.

O dólar não sustentou movimento único em relação a moedas de países desenvolvidos, ao reagir em baixa à interferências do governo do Japão na taxa de câmbio, e positivamente ao aperto monetário na Suíça.

Em relação à libra e ao euro, a divisa americana oscilou entre perdas e ganhos durante o dia. Mais cedo, o Banco da Inglaterra (BoE) subiu os juros em 50 pontos-base no Reino Unido, a 2,25%, ritmo esperado por analistas.

Diante da volatilidade do dólar nesta quinta, o ouro deve se consolidar como um porto seguro dos mercados em meio ao aperto monetário global, avalia o analista Edward Moya, da Oanda.

O movimento ocorre também por conta da deterioração dos ativos de risco e à medida que investidores creem que o pico dos juros dos Treasuries está próximo, diz Moya, que crê em um “forte suporte” do ouro ao redor do nível de US$ 1,6 mil.

Em relatório, o Julius Baer traça dois cenários para o ouro. O pessimista projeta quedas a níveis “fundamentalmente injustificados”, caso o fortalecimento do dólar provoque uma onda vendedora do metal precioso.

Por outro lado, o cenário mais otimista reflete uma mudança da postura agressiva atual do Fed por conta de uma eventual recessão nos EUA, o que pesaria sobre o dólar e os juros dos Treasuries e apoiaria o ouro.