O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta terça-feira, 2, ultrapassando a marca simbólica dos US$ 2000 a onça-troy, em um ambiente de grande aversão a risco pelos investidores, que buscam o ativo como segurança. A crise no setor bancário dos Estados Unidos, especialmente por conta de algumas instituições de menor escala, impulsionou a cautela. Além disso, a decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira, 3, é aguardada com grande expectativa neste mercado.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta de 1,56%, a US$ 2.023,30 por onça-troy.

Para o analista da Oanda Craig Erlam, o ouro entrou em consolidação na preparação para a decisão do Fed de amanhã, enquanto os comerciantes aguardam as últimas opiniões do banco central à luz dos dados recentes e das consequências da “crise dos minibancos”.

Os mercados sugerem que um aumento de 25 pontos-base nos juros está garantido e, embora isso possa ser um erro, parece a opção mais fácil neste estágio, avalia.

“Quais mensagens acompanham o aumento da taxa determinarão se poderemos ver um movimento de volta acima de US$ 2.000 e uma alta recorde em torno de US$ 2.070”, indica Erlam. O Fed deve estar preocupado com o aperto das condições de crédito após o colapso de três bancos, mas claramente não quer suavizar sua retórica até que seja necessário, avalia. O resultado pode ser um pivô brusco e repentino de uma perspectiva política nos próximos meses, mas no que diz respeito a amanhã, uma abordagem de “esperar para ver” ou “reunião por reunião” pode ser preferida”, conclui.