10/01/2023 - 15:47
O contrato futuro mais líquido do ouro fechou em leve queda na sessão desta segunda-feira, 10, ficando perto da estabilidade, com perspectivas para a próxima alta de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no radar e com o aumento nos rendimentos dos Treasuries pressionando o metal, visto que os títulos competem com o ouro na busca por uma segurança. A alta do dólar nesta terça-feira também orientou os negócios, já que a commodity é comercializada na moeda americana.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em leve baixa de 0,07%, a US$ 1.876,50 por onça-troy.
Segundo análise do economista Edward Moya, da Oanda, os preços do ouro conseguiram manter as altas recentes durante grande parte do pregão pois investidores estão otimistas de que o Fed não irá manter o ritmo “hawkish” na política monetário. “A aparição do presidente do Fed, Jerome Powell, em um evento do Banco Central da Suécia foi realmente um ‘não-evento’, pois ele não se concentrou na política monetária”, indica, em relatório enviado para clientes.
Entretanto, o movimento de alta da commodity mudou ao fim do pregão, pois, segundo Moya, investidores permanecem cautelosos antes do relatório de inflação ao consumidor nos Estados Unidos de dezembro. Segundo ele, as expectativas é que de que o núcleo do índice de preços ao consumidor não esteja caindo tão rapidamente, visão que levou o ouro para baixo.
Com a possibilidade de mexer com o câmbio e com o otimismo do mercado, investidores do ouro costumam se guiar pelos direcionamentos do BC americano em relação à política monetária.
Na visão do Commerzbank, a alta do ouro que vinha ocorrendo desde a última sexta-feira estava sendo motivada pelos dados do mercado de trabalho e pela contração observada no índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA.
Ambos os dados teriam efeitos na inflação, indicando que o aperto do Fed está tendo efeito e fazendo com que as expectativas das taxas de juros caíssem. Segundo o Commerzbank, essa mudança também “pressionou os rendimentos dos Treasuries e o dólar americano. O ouro foi capaz de capitalizar disso”.