O contrato futuro mais líquido do ouro fechou a quinta-feira, 11, em queda, pressionado pela força do dólar diante moedas fortes e emergentes e de olho em revisões sobre recessão do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que diminuiu o impulso por compras da commodity.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em queda de 0,81%, a US$ 2.020,50 por onça-troy.

Na visão do analista Edward Moya, da Oanda, a fraqueza do ouro, apesar da queda dos juros dos Treasuries e do aumento das apostas por cortes de juros dos EUA, é devido ao “otimismo de que os temores de uma recessão global parecem menos prováveis”, após o BoE revisar suas projeções na decisão monetária desta quinta. Mais cedo, o BC elevou os juros em 25 pontos-base (pb), mas revisou para cima sua projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, de contração de 0,5% para alta de 0,25% em 2023, a maior revisão para cima da história do MPC.

“As perspectivas melhoraram dramaticamente para a Europa, já que não se espera mais que a zona do euro tenha uma recessão profunda. Pode haver muito otimismo agora que o pico nas taxas está à vista e isso pode dificultar a vida dos preços mais altos do ouro”, destaca o analista.

Já segundo Craig Erlam, também da Oanda, os próximos meses serão “fundamentais” para o preço do ouro, mas os dados desta quinta, que contaram com um “leve abrandamento da inflação e uma alta nos pedidos de auxílio-desemprego não causaram nenhum dano”.

Para o Julius Baer, a oscilações do metal é devido ao “domínio das especulações de curto prazo por parte dos investidores e à ausência de buscadores de refúgios seguros”. “Nossa visão permanece inalterada: salvo uma recessão de base mais ampla e duradoura, vemos mais desvantagens do que vantagens para o ouro”.