O ouro encerrou a sessão em queda, pressionado pelo dólar forte no exterior. No radar, novas turbulências sobre o setor bancário, agora com o Deutsche Bank em foco, e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) defendendo a decisão monetária desta semana, o que impulsionou alguns temores de recessão na economia americana e favoreceu a procura pelo dólar e por títulos americanos.

O ouro para abril fechou em alta de 0,61%, em US$ 1.983,80 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na comparação semanal, o contrato subiu 0,52%.

Na visão do Julius Baer, o ouro teve um rali muito forte e rápido nos últimos dias, influenciado pelos temores com o setor bancário e sob a expectativa de que o Fed reverteria rapidamente sua política monetária. Contudo, o banco avalia que este cenário é improvável, elevando os riscos de tendência negativa para o metal precioso.

Nesta sexta, 24, dirigentes do Federal Reserve defenderam a última decisão monetária, elevando novamente os juros básicos, e a resiliência do sistema bancário dos Estados Unidos. Presidente da distrital de Atlanta, Raphael Bostic afirmou que, tendo em vista a solidez do sistema bancário, o foco dos dirigentes teria sido conter a demanda para atingir a meta de 2% de inflação. Já o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, argumentou que o BC americano é capaz de desacelerar a inflação e conseguir um pouso suave na economia.

Em meio à fuga do risco por preocupações com o Deutsche Bank, as falas beneficiaram o dólar e a busca por Treasuries nesta sessão, pressionando o ouro. Para o TD Securities, o setor bancário ainda não demonstrou sinais de estabilização e, ao contrário do que defendem dirigentes do Fed, o banco de investimentos levanta expectativas de cortes em junho, o que tenderia a ser positivo para os preços do ouro.