15/01/2021 - 13:58
O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira, 15, que pacientes com a covid-19 internados em Manaus começaram a ser transferidos para hospitais de oito capitais. O Amazonas vive uma crise sanitária ainda pior do que a que foi registrada no auge da pandemia da covid-19 em 2020. O número diário de novas internações é o mais alto já registrado, tendo duplicado nas últimas duas semanas. Manaus concentra a maior parte das hospitalizações no Estado e enfrenta falta de oxigênio para atender a todos os pacientes.
“As transferências ocorrerão por via aérea e já estão garantidos – de imediato – 149 leitos: 40 em São Luís (MA); 30 em Teresina (PI); 15 em João Pessoa (PB); 10 em Natal (RN); 20 em Goiânia (GO); 4 em Fortaleza (CE); 10 em Recife (PE) e 20 no Distrito Federal”, afirma a Saúde.
Os voos partem a partir desta sexta-feira, ainda conforme nota do ministério. A estimativa do governo do Amazonas é de que até 700 pacientes podem ser transferidos nos próximos dias.
O ministério afirma que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela gestão de hospitais universitários federais espalhados pelo País, também disponibilizou leitos aos pacientes.
“O transporte será feito em parceria com o Ministério da Defesa por duas aeronaves da Força Aérea Brasileira com capacidade de 25 pacientes deitados em macas dentro de voos”, afirma a Saúde. Também é avaliado realizar o transporte em aeronaves civis. “O deslocamento será realizado com a presença de profissionais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para prestar atendimento aos pacientes”, completa a pasta.
O ministério afirma que o governo federal enviou nesta semana 5 mil metros cúbicos de oxigênio ao Estado. A demanda diária é de 70 mil metros cúbicos, segundo o governo local. “Tanto pequenas quanto médias empresas que envasam o gás pelo país informaram que incrementarão suas produções para suprir a demanda”, afirma a Saúde.
‘Tratamento precoce’
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deixou Manaus na quarta-feira, 13, em meio à crise pela covid-19. Na cidade que vive novo colapso, o general apresentou como solução o “tratamento precoce”, que, no vocabulário do governo federal, significa o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina e a ivermectina.