22/03/2021 - 15:58
A cidade de São Paulo registrou mais um caso nesta segunda-feira, 22, de transferência de pacientes que precisavam de oxigênio de uma UPA para hospitais. O caso ocorreu na unidade Tito Lopes, no distrito de São Miguel Paulista, zona leste, após uma falha no sistema local.
A situação foi denunciada pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) após receber relatos de trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), chamados ao local para emprestar cilindros de oxigênio e respiradores manuais. A Prefeitura confirmou as transferências, mas não informou o número de pacientes e se tinham sintomas de covid-19.
“Tiramos os torpedos das ambulâncias para ajudar os pacientes, emprestamos ambus (respiradores manuais), funcionários tendo que ambuzar manualmente, respiradores parando de funcionar, foi autorizado pelo regulador buscar oxigênio na base Ermelino Matarazzo”, apontou uma das denúncias enviadas ao sindicato, na qual o cenário é descrito como de “correria e caos”.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que a UPA não teve desabastecimento, mas uma “dificuldade técnica” para a transferência do oxigênio para o tanque de armazenamento. A pasta confirmou que os pacientes foram encaminhados para os hospitais Professor Dr. Waldomiro de Paula, Tide Setúbal e Santa Marcelina, todos na zona leste.
“O órgão esclarece que não houve nenhuma intercorrência com os pacientes assistidos. Inclusive, a unidade dispõe de bateria de oxigênio para suporte aos pacientes”, acrescenta a nota. “A Secretaria ainda esclarece que a Prefeitura de São Paulo estruturou todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para que as suas emergências se transformassem em UTIs, para suportar a alta demanda de pacientes com covid-19.”
Essa é a segunda vez em quatro dias que pacientes que precisavam de oxigênio foram transferidos em São Paulo. Na noite de sexta-feira, 10 pessoas com sintomas de covid-19 que estavam internadas na UPA de Ermelino Matarazzo, também na zona leste, foram remanejados de unidade após um atraso no fornecimento do insumo, o que foi negado pela empresa responsável.
Como noticiou o Estadão, municípios do interior e unidades de saúde de menor porte têm enfrentado dificuldades para obter o insumo, especialmente o gasoso, em cilindros. Um levantamento do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP) aponta que ao menos 54 municípios paulistas estão com “estoque crítico” de oxigênio.