O governo de Mato Grosso do Sul, juntamente com o grupo JBS, da Holding J&F, anunciaram nesta terça (25), durante um evento em Campo Grande, a criação do Pacto Sinal Verde. A iniciativa, que vai remunerar os pecuaristas de forma diferenciada, de acordo com a qualidade dos animais produzidos, tem como meta alavancar a produção bovina do Estado e atender as novas demandas dos consumidores que buscam por carne de qualidade.

O projeto, que conta também com a parceria da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (ABIEC), da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), da Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Novilho Precoce e da Embrapa Gado de Corte, planeja atingir 100% do abate tipificado ainda este ano. “Temos uma meta ousada, mas com plenas condições de ser alcançada”, afirmou Renato Costa, presidente da JBS Carnes.

Desde 2012, a JBS desenvolve algumas ferramentas com a finalidade de melhorar o relacionamento entre a indústria e o pecuarista. Uma delas é o Farol da Qualidade, que correlaciona os parâmetros técnicos da carcaça como se fosse um farol de sinalização de trânsito: verde, para animais dentro do padrão desejável; amarelo, para padrão tolerável e vermelho para padrão indesejável. “Até agosto de 2016, a JBS quer elevar o farol verde da qualidade dos atuais 27% para 50% dos abates e reduzir o farol vermelho da qualidade de 10% para 3%”, disse Costa.

De acordo com o governador do Estado, Reinaldo Azambuja, o projeto tem total apoio do governo. Uma das ações oficiais é o desenvolvimento de ações para auxiliar no desenvolvimento da base produtiva da pecuária. A principal medida anunciada foi a pavimentação de 1,4 mil quilômetros de rodovias. “Além de nos comprometermos a melhorar as condições da malha rodoviária do Estado, vamos também focar na melhoria da qualidade sanitária dos rebanhos”, afirmou o governador.

Com o Farol da Qualidade, que atualmente já possui 10,5 mil produtores cadastrados, no Estado, os idealizadores do projeto esperam fidelizar e abrir novos mercados para a carne de Mato Grosso do Sul, dono do quarto maior rebanho brasileiro, com 20 milhões de bovinos. “O pacto ajudará a mudar o modelo mental do mercado e a pecuária de corte deixará de ter o foco exclusivo na produção do boi para focar na produção da carne para atender o consumidor”, disse Eduardo Pedroso, diretor de Originação para o Estado Sul-mato-grossense e São Paulo.

Para o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, o Mato Grosso do Sul sai na frente. Segundo ele, a iniciativa é um marco para o setor, que precisa agregar valor à sua carne para que ela deixe de ser uma commodity. “Esperamos que esse modelo seja expandido para todo o Brasil para, assim, acessarmos mercados mais exigentes e que melhor remuneram”, afirmou Camardelli.