19/11/2025 - 7:00
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) celebrou nesta terça-feira, 18, o mais novo registro de Indicação Geográfica (IG) do Estado de São Paulo: a indicação de procedência do palmito pupunha do Vale do Ribeira. O reconhecimento foi concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
O Mapa atua no fomento às IGs por entender que elas são ferramentas essenciais para a diferenciação de mercado, o aumento da renda dos produtores e a contribuição para a sustentabilidade ambiental, econômica e social dos territórios.
Com este novo registro, São Paulo passa a deter 12 IGs, das quais nove estão relacionadas ao agronegócio. Para utilizar o selo, os produtores do palmito pupunha do Vale do Ribeira devem seguir as práticas tradicionais da região, detalhadas no caderno de especificações que foi elaborado em conjunto com os agricultores e aprovado pelo INPI.
De acordo com Estanislau Steck, superintendente do Mapa em São Paulo, os produtores ligados à IG são majoritariamente agricultores familiares. São cerca de 1.800 produtores que cultivam aproximadamente 10 mil hectares de pupunha, segundo dados da Associação dos Produtores de Pupunha do Vale do Ribeira (Apuvale).
O Mapa acompanha o processo da indicação desde 2019, quando a Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP) realizou a primeira reunião com os produtores na cidade de Registro, capital do Vale do Ribeira, para apresentar os conceitos de IG e visitar as instalações de processamento de palmito da Apuvale.
O palmito pupunha, que se adaptou bem ao clima quente e úmido da região desde sua introdução nos anos 1940, possui como grande diferencial a capacidade de rebrota. Isso permite múltiplas colheitas sem a necessidade de retirada da palmeira, o que o torna uma alternativa sustentável em comparação a espécies exploradas de forma extrativista, como a juçara e a palmeira-real.
O selo abrange a produção de 17 municípios: Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado, Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, Sete Barras e Tapiraí, onde se localiza a sede da Apuvale, em Registro.
A identificação de procedência contempla o palmito em haste, o minimamente processado e o processado. A pupunha em conserva poderá utilizar o selo em diversos formatos, como tolete, rodelas, estirpe de palmeira, picado, bandas, espaguete, arroz, lasanha e outras variações que atendam aos requisitos previstos na legislação e no regulamento da IG.
