O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, comentou que a inflação no Reino Unido “em dois dígitos” ainda está inaceitavelmente alta. Segundo Pill, o banco central britânico precisa se manter atento a sinais de persistência da inflação maior do que o esperado.

“A inflação nominal deve reduzir neste ano, com a queda nas contas de energia. Contudo, evolução salarial, preços corporativos e de serviços são consistentes com elevação do componente mais persistente e subjacente da inflação”, afirmou ele.

O economista ainda ressaltou que pode ser necessário maior aperto monetário para trazer a inflação à meta de 2% de forma sustentada e contínua.

Na quarta-feira, relatório do índice de preços ao consumidor (CPI) mostrou que a taxa anual ficou em 10,1% em janeiro, uma desaceleração em comparação a dezembro.

O economista-chefe do BoE afirmou que seria prematuro declarar vitória na batalha contra a inflação, o que torna necessária a continuidade das iniciativas do banco central britânico para alcançar a estabilidade de preços. “Temos que reconhecer e quantificar qual o efeito restante de decisões monetárias anteriores. O aperto ainda precisa se refletir na economia e na evolução dos preços”, comentou, durante evento na Universidade de Warwick

Pill afirmou ainda que encontrar o equilíbrio no aperto da política monetária é o “maior desafio atual” do BoE.

Sobre preocupações com possível desinflação, Pill ressaltou que o banco central utiliza método de “gerenciamento de risco” nas suas decisões, tendo cautela para não aumentar demais ou menos do que o necessário as taxas de juros.

O economista destacou ainda que o Comitê deve endereçar novos dados e projeções da economia do Reino Unido nas próximas reuniões de março e maio.