A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de uma elevação de 1,41% em fevereiro para 0,25% em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,85% em fevereiro para 2,33% em março.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 7,84% em fevereiro para 7,63% em março. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de -2,09% em fevereiro para -2,40% em março.

Segundo André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, a desaceleração no ritmo de alta dos preços dos serviços de fevereiro para março é sazonal. Enquanto os reajustes em educação pressionam tradicionalmente a inflação de serviços em fevereiro, a estabilidade desses itens no mês seguinte alivia o resultado em março, afirmou.

“Mas há desaceleração em outros itens de serviços, aluguel residencial, manicure, serviços de cabeleireiro e barbeiro. São outros serviços que têm peso menor (no IPCA), mas também têm desaceleração”, acrescentou Almeida.

O pesquisador do IBGE afirma não ser possível observar categoricamente uma pressão de demanda na inflação de março, sendo necessário monitorar os próximos resultados.

“O que temos observado na economia como um todo são sinais mistos”, lembrou Almeida. “Há movimento de recuperação do mercado de trabalho em geral. Por outro lado, os serviços e as vendas do varejo tiveram resultado menor no final de 2022.”