O Brasil tem uma pecuária forte, com indicadores que rivalizam com os principais produtores do mundo. A produção de carne e leite garante, hoje, um consumo interno crescente e gera excedentes exportáveis, suficientes para garantir com folga nossa liderança nas exportações de carne bovina. A participação dos bovinos das raças zebuínas nesta performance positiva salta aos olhos. Nada menos que 85% da produção brasileira de carne vem do gado de cupim originário da Índia. No leite, caminha-se para números semelhantes.

A alta tecnologia ganhou um ambiente propício para se desenvolver e crescer de maneira sustentável. É aqui que a técnica da fertilização in vitro (FIV) mais avançou no mundo. Somos os campeões dos bezerros de proveta.

Nossos números são impressionantes: mais de 200 milhões de bovinos. Arredondando, dá um boi para cada brasileiro. E o futuro parece privilegiar o Brasil. Em recente relatório conjunto, a FAO e a OCDE projetam que entre 2010 e 2019 haverá um crescimento de mais de 40% na produção agrícola no Brasil, enquanto nos EUA e no Canadá ficará entre 10% e 15% e na Europa, em 4%.

Sobre o comércio mundial de carnes a previsão é de crescimento de mais de 22%. Desse quinhão, nossa participação com exportações vai alcançar 1/3 do total mundial e 2/3 se excluirmos dessa conta os países desenvolvidos.

É nesse cenário de grandiosidade que se insere a ABCZ com seus 77 anos na defesa dos interesses da pecuária nacional e do Brasil.

Os números são desafiadores, mas é nossa missão mantermos o crescimento de maneira sustentável, oferecendo ao consumidor carne e leite com segurança. O Brasil exerce um papel fundamental na preservação das linhagens puras e na genética de nosso rebanho. Compradores de vários países enviam representantes todos os anos a Uberaba (MG), sede da ABCZ e ponto de encontro da pecuária zebuína mundial em busca dessa genética.

Liderança: 85% da carne brasileira vem do gado zebu

Neste cenário, o desafio da ABCZ para o futuro é manter sempre em alta a imagem das raças zebuínas perante o mundo, divulgando nossos diferenciais de produção com sustentabilidade, já que a maior parte da produção pecuária é feita à base de capim, em perfeito equilíbrio com a natureza e com profundo respeito ao meio ambiente. É isso que os consumidores exigem.

Para atingirmos esse objetivo maior, trabalharemos nas principais ferramentas de melhoramento genético, coordenadas pela ABCZ. Entre elas, o registro genealógico, que garante a pureza e a origem dos nossos animais, o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), que contempla dois sumários importantes de corte e leite, além das centenas de provas zootécnicas realizadas pelo Brasil.

Em nível internacional, vamos incrementar a atuação do Brazilian Cattle, órgão da ABCZ responsável pela divulgação da nossa pecuária.

Internamente, é necessário também atuar com força junto ao governo no sentido de garantir aos pecuaristas a tão sonhada segurança jurídica. O setor precisa ser ouvido cada vez mais nas esferas de decisão política.

Aliás, no âmbito político, é necessário reconhecer que nossa entidade tem merecido a atenção dos governantes ao longo de sua história. Todos os anos, o presidente da República ou o seu vice tem acompanhado a abertura oficial da ExpoZebu.

A pecuária brasileira se confunde com a atuação da ABCZ, promovendo a prática da pecuária com sustentabilidade, hoje, principal pilar da economia rural brasileira. E assim continuará a ser.