16/04/2015 - 15:04
Usando como ferramenta estatística, um método desenvolvido e adotado nos Estados Unidos, o professor Marcelo Giovanetti Canteri, da Universidade Estadual de Londrina (PR) conseguiu comprovar, cientificamente, o efeito positivo do uso de biofertilizantes na produtividade de milho. Os resultados foram apresentados numa palestra ministrada nesta quinta-feira (16), em Ribeirão Preto, no VI Fórum Abisolo, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), juntamente com a 2ª Exposição Nacional e Internacional da Indústria de Tecnologia em Nutrição Vegetal.
Segundo Canteri, num grupo de 27 ensaios se conseguiu comprovar aumentos de duas sacas com nível de acerto de 95%, aumentos de quatro sacas com índice de acerto de 80%; além de aumentos de oito sacas com nível de acerto de 40%. “Nós não temos mais os ganhos fantásticos de produtividades registrados pela Revolução Verde ou os da introdução do nitrogênio. Entramos agora na fase de sintonia fina, com ganhos muito pequenos”, explica Canteri, salientando que, dessa forma, a estatística tradicional não consegue mensurar.
O pesquisador informou que só foi possível comprovar esses ganhos marginais com o auxílio de uma ferramenta chamada meta-análise desenvolvida inicialmente, nos anos de 1960, para aplicação nas áreas de psicologia e de educação. “Esse método consegue comprovar e mensurar com o rigor científico, ganhos que, muitas vezes, já são percebidos pelos produtores na sua rotina diária”, complete Canteri.
Além da palestra do professor da Universidade Estadual de Londrina, o VI Fórum da Abisolo também teve uma palestra que detalhou a evolução da irrigação nas lavouras de Goiás e que foi proferida pelo engenheiro agronômico Alécio Marostica, presidente do Sindicato Rural de Cristalina (GO). Também foi proferida a palestra Programa de Monitoramento e Adubação, proferida pelo professor Adriel Ferreira da Fonseca, da Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR que abordou as estratégias de avaliação da fertilidade do solo e monitoramento do estado nutricional das plantas, no intuito de maximizar a utilização de corretivos e fertilizantes em sistemas intensivos de produção de grãos e forragens sob plantio direto.
Ainda na parte da manhã, o pesquisador Adilson de Oliveira Junior, da Embrapa, abordou o tema Tecnologia de Formulação e Equilíbrio Nutricional, sustentando que ainda há espaço para ganhos de eficiências na cultura da soja. Houve também a palestra Proposta de Recomendação de Fertilizante Orgânico com base no Fornecimento de Nitrogênio, a cargo de Adriana Marlene Moreno Pires, da Embrapa Meio Ambiente.
Seu destaque foi para a necessidade de se aproveitar o bom potencial comercial proporcionado pelo reaproveitamento dos dejetos animais. Segundo a pesquisadora, ao mesmo tempo em que nossa importação anual de Nitrogênio estava (dados de 2009) na casa de 1,8 milhões de toneladas, somente os dejetos oriundos de animais confinados gera, anualmente, um volume de 2,19 milhões de toneladas de Nitrogênio. “Precisamos, mais do que nunca, encontrar uma forma de aproveitar esse material”, conclui Adriana. Fonte: Ascom.