O candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, relembrou nesta terça-feira a nacionalização da exploração de petróleo e gás pela Bolívia em 2006. À época, o então presidente boliviano Evo Morales invadiu com tropas refinarias da Petrobras no país. Lula, que era o presidente da ocasião, reconheceu a soberania da Bolívia na nacionalização. “O gás era dele. Segundo, a Petrobras era muito petulante”, afirmou Lula.

Ao trazer o tema à tona, Lula lembrou que foi criticado. “Nós resolvemos tratar o Evo com muito respeito. Muita gente no Brasil dizia ‘o Lula está sendo frouxo’. Fazer o que, gente. Facilitamos para a Bolívia voltar a ser dona do seu gás e pagasse o que devia ao Brasil”, detalhou o ex-presidente em São Paulo, no lançamento do livro de fotos “O Brasil no Mundo: 8 anos de Governo Lula”, do fotógrafo pessoal do petista, Ricardo Stuckert.

Ao lado do ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim, Lula afirmou que o Brasil “jamais em algum momento da história” conquistou a respeitabilidade conquistada em seu governo. “Fomos virando personalidade mundial até que ficamos país importante”, avaliou o petista. “Política externa é que nem casamento, as coisas não acontecem como só um quer. Os dois tem que querer.”

Em aceno aos negros, Lula afirmou ainda que não há como “pagar o continente africano por 350 anos de escravidão”. “Não é possível mensurar em dinheiro essa dívida. Temos que pagar em transferência de tecnologia, é em saúde, educação, cultura.”