No último ano, a Petrobras reduziu as vendas de petróleo à China de 56% do total exportado para 42%, enquanto aumentou os volumes destinados à Europa, de 14% para 26%.

Em relatório sobre os resultados do primeiro trimestre deste ano, a estatal informou que, ao longo dos últimos anos, vem implementando uma “constante busca por oportunidades globais e desenvolvimento de novos clientes”. Isso, informou a companhia, foi “decisivo” para que também alterasse o fluxo de exportações, aumentando o valor das vendas.

Embora não faça menção à guerra na Ucrânia no relatório, a mudança de destino das exportações de petróleo da Petrobras acompanhou a reorganização dos mercados globais de óleo bruto e combustíveis que se deu após o início do conflito iniciado em fevereiro de 2022.

Com os embargos, o petróleo russo, antes largamente comprado pela Europa, passou a ser redirecionado com desconto para mercados asiáticos, como China e Índia.

Nesse contexto, outros países produtores, como o Brasil e do Oriente Médio, reduziram os embarques à China e demais asiáticos e passaram a enviar mais petróleo para a Europa. No quarto trimestre de 2022, a continente chegou a responder por 29% das exportações da Petrobras.

As exportações de petróleo da Petrobras aos Estados Unidos, que chegaram a representar 7% do total no fim do ano passado, voltaram ao patamar de 2% nos três primeiros meses deste ano, em linha com os 3% verificados no início de 2022.

Derivados

Com relação à exportação de derivados da Petrobras, as vendas para Cingapura e outros países têm crescido, em detrimento da participação dos Estados Unidos, Europa e Caribe.

As exportações de combustíveis e demais derivados para Cingapura representaram 59% do total no início do ano passado, alcançando 70% no último trimestre de 2022 e 63% no primeiro trimestre deste ano. Já as exportações aos EUA caíram de 28% para 18% do total de vendas da Petrobras em um ano.