O petróleo fechou em alta pelo terceiro pregão consecutivo, recuperando perdas da manhã na esteira da divulgação das projeções de curto prazo do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Investidores monitoram sinais de demanda, em compasso de espera por dados da inflação ao consumidor (CPI, em inglês) e negociações sobre o teto da dívida dos EUA.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,75% (+US$ 0,55), a US$ 73,71 por barril, enquanto o Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 0,56% (+US$ 0,43), a US$ 77,44 por barril.

Os contratos do petróleo começaram a sessão em queda, após a balança comercial da China revelar uma queda inesperada nas importações do país, o que pesou sobre commodities de modo geral.

O óleo chegou a intensificar perdas, cedendo quase 2% em meio a fuga de ativos de risco em Nova York frente à renovação de temores sobre o setor bancário. “Os traders de petróleo claramente continuam profundamente preocupados com a turbulência nos bancos regionais dos EUA e quais poderiam ser as consequências para a economia, além dos possíveis efeitos em cascata”, observou o analista da Oanda, Craig Erlam.

A commodity inverteu sinal somente no início da tarde, seguindo o novo relatório de projeções do DoE para o mercado de energia no curto prazo. No documento, o departamento reduziu suas expectativas para os preços da gasolina e do diesel nos Estados Unidos durante o período de consumo do verão americano (abril a setembro). Segundo o DoE, os preços da gasolina no varejo devem ficar em torno de US$ 3,40 no período, redução de 20% em comparação a 2022. Nas últimas semanas, analistas apontaram que os preços mais baixos da gasolina poderiam impulsionar a demanda de petróleo nos EUA durante o verão.

O DoE também revisou para baixo suas projeções de preços para o WTI e o Brent neste e no próximo ano. A nova previsão aponta que o Brent deve encerrar 2023 no nível de US$ 79, queda de 7,5% em relação à projeção anterior (US$ 85), e terminar 2024 em US$ 74, de US$ 81 na anterior. Já a previsão do WTI foi atualizada de US$ 79 para US$ 73 neste ano e de US$ 75 para US$ 69 no próximo.

Para o diretor da Divisão de Futuros da Mizuho, Bob Yawger, este pregão seria “difícil para os ativos de risco desde o início” considerando o foco nas negociações do teto da dívida em Washington. “A falha em fechar um acordo provavelmente seria um grande evento de destruição de demanda para o barril”, analisa. Yawger acrescenta que os mercados de petróleo também temem que os dados de inflação ao consumidor de amanhã nos EUA possam voltar a esquentar e pesar ainda mais sobre os preços da commodity.

*Com informações da Dow Jones Newswires