24/09/2020 - 15:57
Os contratos futuros de petróleo recuaram no início do dia, com temores sobre a covid-19 e a retomada da demanda, pressionados também por um indicador dos Estados Unidos. Ao longo da sessão, contudo, a commodity ganhou fôlego, com o enfraquecimento do dólar e em meio a sinalizações de que ainda pode ser aprovado mais auxílio fiscal nos Estados Unidos.
O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 0,95%, a US$ 40,31 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent subiu 0,41%, a US$ 41,94 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Temores com o aumento dos casos do novo coronavírus, em especial na Europa, reforçaram temores sobre a demanda futura por petróleo, o que levou os contratos ao território negativo inicialmente. Houve ainda piora após os novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA aumentarem 4 mil na última semana, a 870 mil, bem acima da previsão de 850 mil, em mais um sinal de dificuldades na retomada do mercado de trabalho americano.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e outros dirigentes da instituição voltaram a insistir na necessidade de estímulos fiscais, tema emperrado nas negociações entre governo e oposição em Washington. O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, considerou que “algum apoio fiscal é melhor do que nenhum”, ao falar no Senado americano. A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, porém, comentou nesta tarde que as conversas sobre o assunto devem ser retomadas. A postura da liderança democrata apoiou o apetite por risco.
A Capital Economics aponta em relatório que uma vacina para a covid-19 poderia melhorar a perspectiva para muitas commodities, sustentando os preços, “particularmente do petróleo”. A consultoria diz que quanto mais rápido a vacina vier, melhor para o petróleo, já que com isso não deve haver grandes mudanças comportamentais a afetar os transportes e, consequentemente, a demanda por combustíveis. Hoje, a porta-voz da Casa Branca reafirmou que o presidente Donald Trump acredita em uma vacina antes do fim de 2020.