02/03/2021 - 17:03
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, em sessão marcada pela expectativa pelos desdobramentos da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), para a qual são cogitados reduções nos cortes da produção. Durante a sessão, a commodity chegou a operar com ganhos, impulsionada pelo dólar enfraquecido perante os pares, em especial o euro, o que a torna mais barata para detentores de outras divisas.
O petróleo WTI para abril fechou em baixa de 1,47% (US$ 0,89), cotado a US$ 59,75 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para maio caiu 1,55% (US$ 0,99), a US$ 62,70 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Sobre a reunião da Opep+ nesta semana, é “amplamente esperado que os cortes voluntários da Arábia Saudita não sejam estendidos”, enquanto as expectativas gerais “são de que a Opep+ provavelmente diminuirá os cortes na produção em 500 mil barris por dia”, avalia o ING.
O Commerzbank concorda com o cenário, e aponta que haverá grande atenção para os riscos que a oferta e a demanda enfrentam.
Nesta terça, o terceiro maior consumidor mundial se pronunciou sobre o tema. De acordo com a Bloomberg, a Índia afirmou que “cortes artificiais para manter o preço subindo não é algo que apoiamos”, por meio de Tarun Kapoor, secretário do Ministério do Petróleo e Gás Natural do país.
Ainda pela demanda, o ING aponta que a “compra chinesa está supostamente diminuindo, e espera-se que a demanda seja mais fraca à medida que entramos no segundo trimestre. Não deveria ser uma surpresa que esteja esfriando com os preços mais altos, visto que a China aproveitou preços mais baixos durante grande parte do ano passado para estocar”. Também com base na demanda no Ocidente, que permanece “bastante frágil”, o Commerzbank avalia que os preços devem cair no “curto prazo”.
No fim da tarde desta terça, investidores vão acompanhar a pesquisa semanal do American Petroleum Institute (API) sobre estoques de petróleo dos EUA. Sobre o pacote fiscal que tramita no Senado do país, a Capital Economics avalia que sua aprovação pode apoiar mais os preços do petróleo do que dos metais básicos.
O ponto é que os EUA são um consumidor “muito pequeno” de metais usados na indústria, pelo menos em comparação com a China. No entanto, a consultoria espera um valor menor do que os atuais US$ 1,9 trilhão seja aprovado, com algo próximo a US$ 1 trilhão.