Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, 23, em sessão volátil, à medida que investidores ponderam sobre o aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos, em meio às turbulências bancárias. Além disso, houve fôlego limitado, após ganhos recentes do óleo.

O petróleo WTI para maio fechou em queda de 1,32% (US$ 0,94), a US$ 69,96 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho recuou 1,15% (US$ 0,88), a US$ 75,50 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Para a Oanda, existe muito “pessimismo” nos mercados de petróleo neste momento, refletindo o temor de investidores de que a demanda não deve melhorar o suficiente para reduzir os estoques da commodity. “A principal mensagem da reunião monetária do Fed para o mercado de energia é que o banco central provavelmente levará a economia americana a uma recessão”, indica a Oanda. A consultoria analisa que, neste cenário, a reabertura chinesa fica em segundo plano, o que mantém o óleo em torno do nível de US$ 70 o barril.

Ontem, a decisão do banco central americano de elevar os juros em 25 pontos-base lançou diversas incertezas sobre o mercado de ativos. Em coletiva após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que as recentes turbulências no sistema bancário devem impactar as condições de crédito para famílias e empresas, pressionando a atividade econômica e pesando sobre a demanda. Em relatório, a Capital Economics avalia que a crise bancária reforça o coro de uma recessão nos Estados Unidos, levantando até mesmo a possibilidade de o Fed cortar os juros em breve.

A perspectiva de que o BC americano poderia pausar o aperto monetário chegou a pressionar o dólar. O enfraquecimento da moeda americana no exterior chegou a oferecer algum suporte para o petróleo, ao lado também de dados sugerindo mercado de trabalho resiliente nos EUA, mas o movimento se desfez.