24/01/2023 - 18:02
Os contratos futuros do petróleo tiveram queda robusta nesta terça-feira, 24, refletindo temor do mercado frente a novos indicadores de recessão em potencial nos Estados Unidos e Europa. Segundo especialistas, uma recessão na economia aliada ao crescimento dos estoques nos Estados Unidos deve continuar pressionando a commodity.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março de 2023 fechou em queda de 1,82% (US$ 1,49), a US$ 80,13 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 2,33% (US$ 2,06), a US$ 86,13 o barril.
Nesta terça, as negociações do petróleo foram afetadas pela divulgação de índices de gerentes de compras (PMIs) dos Estados Unidos e da Europa. Apesar de surpreenderem positivamente, vindo acima das expectativas do mercado, os dados reforçam indícios de recessão nas principais economias, aliados a divulgação de balanços empresariais com “ganhos pessimistas” no quarto trimestre de 2022.
Especialistas apontam que a recessão iminente acompanha o crescimento nos estoques de petróleo dos Estados Unidos, arriscando promover um ‘descasamento’ entre oferta e demanda caso a reabertura da China não atenda as expectativas. Nesta terça-feira, os principais mercados chineses, da Coreia do Sul e de Taiwan permanecem fechados para negociações devido ao feriado do Ano Novo Lunar.
Para o analista da Oanda, Edward Moya, este cenário pesou sobre o petróleo, revertendo ganhos desta manhã com expectativas sobre a reabertura da China. “Investidores de energia vão acompanhar o desenvolvimento da oferta. Se receios sobre a demanda aumentarem, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode reduzir sua produção”, avalia Moya.
O Bank of America (BofA) observa que os preços globais do petróleo ainda não “atingiram seu potencial” devido ao crescimento nos estoques, acompanhado de clima mais quente e sanções menos severas sobre a Rússia. Algo que pode mudar, caso a demanda da China atenda as expectativas do mercado. “Acreditamos que a reabertura da economia chinesa pode desencadear uma grande onda de demanda reprimida nos próximos 18 meses, semelhante aos EUA e à Europa em 2021”, avalia o banco.
No entanto, o BofA também alerta que o contraste entre alta demanda chinesa e recessão nos Estados Unidos e Europa pode provocar um efeito indesejado, aumentando riscos de inflação global no longo prazo.