A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 17, a Operação Amigo Germânico para investigar os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional e corrupção cometidos contra o Postalis, fundo de pensão dos Correios.

Um efetivo de 44 agentes cumpre 19 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Paraná e em São Paulo. As apurações foram desenvolvidas em parceria com o Ministério Público Federal.

As ordens foram expedidas pela Justiça Federal, que também determinou o bloqueio de bens dos investigados, até o valor de R$ 16.147.968,14 – montante que corresponde ao prejuízo já apurado pelos investigadores.

De acordo com a PF, após a criação de quatro Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios Não Padronizados (FIDC NP), ‘diversos ativos do Postalis foram reprecificados em valor diferente de zero, quando deveriam ter sido reavaliados a valor zero’.

“A referida operação, cujos prejuízos foram previamente admitidos pelos alvos investigados, implicou no agravamento da situação já deficitária da entidade”, diz a PF.

Os investigadores apontam que os alvos da ofensiva aberta nesta manhã ‘respaldaram seus atos em pareceres jurídicos elaborados por pessoas que possuíam interesse direto na indicação das empresas que, posteriormente, seriam escolhidas como gestora e administradora dos recursos dos FIDC NP’.

“Apurou-se ainda que as empresas indicadas para administrar os Fundos de Investimento direcionavam taxas de rebate (comissão) para serem divididos entre os responsáveis pela indicação das empresas que, por sinal, também atuavam no aconselhamento técnico-jurídico do Postalis. Além disso, por meio de transações dissimuladas, também foram direcionadas vantagens indevidas a gestores da entidade de previdência complementar dos Correios”, explicou a PF em nota.

A corporação aponta que os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção passiva e ativa com penas que, se somadas, podem chegar a 42 anos de reclusão.

O nome da operação, Amigo Germânico, faz referência ao codinome de um dos investigados que era referenciado pelos demais membros do grupo como ‘amigo alemão’, diz a PF.