Ao que tudo indica, o mercado de alimentos está prestes a ganhar mais um ator de destaque. Pelo menos é o que garantem os executivos da Pif Paf, empresa mineira que faturou em 2007 nada menos do que R$ 610 milhões. Desse total, 55% são oriundos de cortes de frangos e 45% de suínos e produtos industrializados. Acima dela, no entanto, há gigantes como Perdigão e Sadia, que travam uma verdadeira guerra para manter a liderança nesse mercado. Ano após ano, essas empresas vêm realizando importantes aquisições. Isso sem falar na multinacional Tyson Foods, que entrou recentemente no País, adquirindo algumas empresas avícolas de porte médio. E onde entra a Pif Paf nessa história toda? Na opinião do diretor-superintendente da empresa, Luiz Carlos Mendes Costa, sua companhia não está à venda, muito pelo contrário. “Estamos no mercado para comprar outras empresas, não para sermos comprados”, desafia. Segundo ele, a Pif Paf foi sondada algumas vezes, mas, até agora, resistiu a todos os assédios. Para não ser comprada, porém, ele admite que terá de crescer. Até 2009, ou seja, em um ano, ele pretende alcançar a casa de R$ 1 bilhão de faturamento anual. Para captar dinheiro barato e poder dar andamento a um plano de aquisições, a Pif Paf analisa a hipótese de lançar ações na Bolsa de Valores de São Paulo, seguindo o exemplo das líderes de mercado.

Mensalmente, a Pif Paf comercializa algo em torno de 12 mil toneladas, sendo a maior parte de seus negócios concentrada em três Estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além de uma pequena participação em São Paulo. Sua capacidade de abate diário é de 250 mil aves e 2.400 suínos. E uma carteira de clientes com mais de 70 mil compradores. “Temos um sistema de comercialização excelente que poucos possuem no País”, comenta. Mas antes de fazer sua oferta de ações, a empresa está investindo R$ 260 milhões em um projeto de expansão orgânica, com um moderno complexo industrial voltado para a produção avícola no Estado de Goiás. O retorno? Quando o complexo entrar em operação, o que deve acontecer até setembro deste ano, a capacidade produtiva da empresa deve saltar para 400 mil aves/dia. As novas plantas estão localizadas nos municípios de Palmeiras de Goiás e Paraúna, localizados a 70 km e 135 km, respectivamente, da capital goiana.

Com a nova estrutura e volume de produção maior, Mendes acredita que poderá entrar em outros Estados, principalmente em São Paulo, maior centro consumidor do País. “Fôlego nós temos”, analisa. Mas o fato é que a Pif Paf terá de quebrar muita pedra pela frente. Se a empresa será uma grande compradora em breve, ou parte de um grande negócio, só o futuro poderá dizer. Mas no que depender de Mendes, animação não vai faltar. “Queremos conquistar o nosso espaço e estamos trabalhando para isso”, finaliza.

Eduardo Savanachi