02/07/2025 - 7:00
O Plano Safra 2025/26 vai oferecer na temporada que começou na terça-feira, 1º, um total de R$ 594,4 bilhões em financiamentos para pequenos, médios e grandes produtores, 1,7% a mais do que a oferta de crédito na temporada anterior 2024/25, de R$ 584,5 bilhões.
+Governo lança Plano Safra de R$ 516,2 bilhões para agronegócio
Do montante total, R$ 516,2 bilhões serão ofertados para a agricultura empresarial, incluindo recursos de Cédulas de Produto Rural (CPRs), enquanto outros R$ 78,2 bilhões foram direcionados para a agricultura familiar.
Os juros aplicados nos financiamentos variam de 0,5% ao ano a 8% ao ano nas linhas da agricultura familiar. Na agricultura empresarial, os juros variam de 8,5% ao ano a 14% ao ano, entre as linhas de custeio e investimento. O que representa um aumento nos juros de 1,5 a 2 pontos percentuais em relação ao programa do ciclo anterior
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a alta nos juros foi menor do que a elevação da taxa básica Selic no período, algo que desafiou o governo na elaboração do programa.
“Nós tínhamos uma Selic de 10,5% ao ano, hoje ela está em 15%, portanto 4,5 pontos percentuais a mais do que no momento do lançamento do Plano Safra passado. E ainda assim, com todas essas dificuldades, o aumento das taxas de juros foi da ordem de 1,5% a 2%”, disse.
No plano anterior (2024/25), considerando recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), o total havia somado R$ 508,59 bilhões, marcando um aumento de cerca de 8% ante 2023/24, conforme dados apresentados pelo ministério.
Em 2023/24, os recursos aumentaram 29,4% versus 2022/23, para R$ 471,2 bilhões.
Para Fávaro, ações governamentais colaboraram para que o Plano de Safra seja “recorde” e continue sendo “estimulante” aos produtores, mesmo com um crescimento da oferta abaixo dos anos anteriores.
Mas o total de recursos programados para investimentos caiu em relação ao programa anterior, para R$ 101,5 bilhões, versus R$ 107,3 bilhões.
Os recursos disponíveis para custeio e comercialização deverão somar R$ 414,7 bilhões, ante R$ 401,3 bilhões.
Para 2025/26, aqueles médios agricultores enquadrados no Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) terão oferta de recursos de R$ 69,1 bilhões, aproximadamente R$ 4 bilhões acima do programa passado.
Aos demais produtores e cooperativas, os montantes somarão R$ 447 bilhões, ante R$ 443,4 bilhões ofertados em 2023/24.
O governo ainda ampliou o limite de renda para enquadramento no Pronamp, e que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano, permitindo que mais agricultores tenham acesso às condições diferenciadas oferecidas pelo programa.
Em nota, o ministério apontou que o crédito de custeio também poderá ser destinado à produção de sementes e mudas de essências florestais, nativas ou exóticas, valorizando iniciativas voltadas à preservação ambiental.
Além disso, financiará cultivo de plantas utilizadas para cobertura e proteção do solo no período de entressafra, incentivando práticas agrícolas sustentáveis.
Juros e detalhes dos programas
As taxas de juros para produtores enquadrados no Pronamp serão de 10% ao ano, versus 8% no plano anterior.
Já o programa de armazenagem (PCA), que teve o limite de capacidade por projeto ampliado, passando de 6 mil para 12 mil toneladas, terá recursos da ordem de R$ 4,5 bilhões, com uma taxa de juros também de 10% ao ano, 1,5 ponto percentual acima do programa anterior.
O Moderfrota, programa de modernização da frota de tratores agrícolas e implementos e colheitadeiras, terá R$ 9,5 bilhões, com juros de 13,5%, versus 11,5% no plano anterior.
Já o Moderfrota Pronamp terá R$ 3,08 bilhões em recursos, com juros de 12,5% ao ano, ante 10,5% no plano anterior.
O RenovAgro/Recuperação/Conversão, para recuperação de pastagens degradadas, tem programados R$ 2,1 bilhões, com juros de 8,5% ao ano, versus 7% no programa anterior.
O Plano Safra 2025/26 contará também com reforço das linhas dolarizadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao todo, serão R$ 18 bilhões em recursos de linhas do BNDES, sendo R$ 14,4 bilhões em linhas dolarizadas para custeio e investimento a juros entre 8,5% ao ano e 9% ao ano.