01/07/2025 - 9:08
O Plano Safra 2025/26 terá R$ 516,2 bilhões destinados a financiamentos da agricultura empresarial brasileira, alta de 1,5% (R$ 8 bilhões a mais) ante o ciclo anterior, informou o Ministério da Agricultura em nota, antes da cerimônia para anúncio do programa nesta terça-feira, 01.
No plano anterior, considerando recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), o total havia somado R$ 508,59 bilhões.
+Plano Safra da agricultura familiar 2025/26: como funciona e como ter acesso ao crédito
Elevação nas taxas
Do montante total, serão disponibilizados R$ 414,7 bilhões para custeio e comercialização no Plano Safra 2025/26, 3,34% mais que na temporada passada (R$ 401,3 bilhões). Para as linhas de investimento, serão destinados R$ 101,5 bilhões, 5,41% menos que os R$ 107,3 bilhões da temporada passada.
O governo elevou as taxas de juros do Plano Safra 2025/26 empresarial entre 1,5 ponto porcentual e 2 pontos porcentuais, para 8,5% ao ano a 14% ao ano, entre as linhas de custeio e investimento. No Plano Safra anterior, os juros oscilavam de 7% a 12%. O aumento dos juros foi considerado inevitável pelo governo diante da escalada da Selic que passou de 10,5% a 15% ao ano entre as safras.
O Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor) terá R$ 69,1 bilhões de recursos controlados com juros de 10% ao ano, frente aos R$ 65,23 bilhões disponibilizados na temporada passada. A ampliação de recursos para financiar médios produtores foi uma das prioridades do Ministério da Agricultura no Plano Safra atual.
O governo também ampliou o limite de renda para enquadramento no Pronamp, programa de financiamentos que atende médios produtores, e que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano, permitindo que mais agricultores tenham acesso às condições diferenciadas oferecidas pelo programa.
O ministério observou que a partir de agora o crédito rural de custeio agrícola passa a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) – a exigência anteriormente era restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares com enquadramento obrigatório no Proagro.
“O objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, contribuindo para maior segurança e sustentabilidade na produção”, afirmou o ministério.
A pasta disse ainda que será permitido o financiamento de insumos e tratos culturais voltados ao cultivo de plantas utilizadas para cobertura e proteção do solo no período de entressafra, incentivando práticas agrícolas sustentáveis.
Outra novidade é a autorização para o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito.
O ministério destacou que o programa de armazenagem (PCA) também foi ampliado, com o limite de capacidade por projeto passando de 6 mil para 12 mil toneladas, “o que contribui para melhorar a infraestrutura de estocagem e escoamento da produção rural”.
Incentivo à produção sustentável
Os produtores que adotarem práticas sustentáveis terão acesso a condições diferenciadas, como juros reduzidos. O Plano Safra 2025/2026 também oferece crédito para produção de mudas, reflorestamento e culturas de cobertura, que ajudam a preservar o solo entre uma safra e outra.
Além disso, o governo anunciou que prorrogou para o período de 1º de julho de 2025 a 30 de junho de 2026 a aplicação do desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros das operações de crédito rural de custeio.
“A medida vale para produtores enquadrados no Pronamp e também para os demais produtores que investirem em atividades sustentáveis, com recursos equalizados e respeitados os limites definidos por cada instituição financeira para o ano agrícola”, informou a pasta.
Os Programas Moderagro e Inovagro foram unificados, segundo o ministério, o objetivo é simplificar o acesso ao crédito. Por esta razão, houve um aumento do limite disponível para investimentos em granjas, possibilitando que essas estruturas se mantenham sempre atualizadas em relação à sanidade animal.
O subprograma RenovAgro Ambiental passa a contemplar também ações de prevenção e combate a incêndios, além de recuperação de áreas protegidas. Entre as novidades, está a possibilidade de financiamento de ações de prevenção e combate ao fogo no imóvel rural; uso dos recursos para a aquisição de caminhões-pipa ou carretas-pipa; e entre os itens financiáveis, mudas de espécies nativas para a reposição e recomposição de áreas de preservação permanente e reservas legais.