23/06/2021 - 8:59
O diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher, elogiou o aumento do volume de recursos no Plano Safra 2021/22, o foco no pequeno e médio produtor e a ênfase dada pelo Ministério da Agricultura à armazenagem e sustentabilidade, mas ponderou que o volume destinado à subvenção do prêmio do seguro rural ficou abaixo da expectativa.
“Estamos satisfeitos com a divulgação do Plano Safra, porque ele conseguiu um pequeno acréscimo no volume de recursos, foi na hora certa e privilegiou o pequeno e médio produtor”, disse Daher. Segundo ele, o grande produtor está comprando insumos com recurso próprio. “Mas nos surpreendeu a diminuição do seguro rural. Pensávamos que o seguro fosse tangenciar R$ 2 bilhões, mas não, caiu para R$ 1 bilhão.” No ano passado, o volume anunciado foi de R$ 1,3 bilhão. “O brasileiro tem uma cultura de não fazer seguro, mas no caso agrícola o seguro rural é a defesa que temos para intempéries que possam acontecer. Um número que esperávamos mais era o do seguro rural.”
Conforme Daher, o aumento do volume de recursos ficou dentro do esperado. “Todo o agronegócio, todos os brasileiros, já tinham imaginado que o déficit fiscal seria grande e que não haveria uma grande disponibilidade de verba para o Plano Safra”, disse. Segundo o representante, ficou evidente uma negociação “até o último minuto” entre o ministério da Agricultura e o Banco Central “Não é um crescimento exponencial, é um esforço que o governo está fazendo. Fizeram grandes elogios ao trabalho do BC que compreendeu a importância do agro.”
Daher destacou também a prioridade dada ao pequeno e médio produtor. “Pronaf e Pronamp tiveram um volume privilegiado”, afirmou. Mencionou ainda os juros do Pronaf de 3% a 4,5% ao ano. “Na quarta-feira da semana passada, o Copom elevou a taxa Selic para 4,25%. Este é um dinheiro realmente barato que vai beneficiar o pequeno produtor.”
Outros dois pontos agradaram à Abag. O primeiro deles foi o acréscimo de 84% no volume de recursos do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), para R$ 4,12 bilhões. “Com este investimento, você coloca armazenagem na propriedade e na cooperativa, colhe, põe o produto em armazém e aguarda o melhor momento para vender a sua safra, não precisa vendê-la a toque de caixa.”
O segundo ponto destacado por Daher foi a ênfase no meio ambiente. O Programa ABC contará com R$ 5,05 bilhões, 101% a mais do que os R$ 2,5 bilhões disponibilizados na temporada 2020/21. “São coisas que estão começando a ficar mais claras para o produtor brasileiro, de que há uma obrigação de produzir, mas há uma obrigação muito grande com o meio ambiente”, disse, citando a prevalência das práticas ESG, ligadas a questões ambientais, sociais e de governança. “É um Plano Safra preocupado com meio ambiente e com a neutralização de carbono.”