21/11/2023 - 13:02
São Paulo, 21 – O plantio da safra brasileira de soja 2023/24 atingia 65,4% da área estimada no País na semana encerrada no domingo, 19, em comparação com 57,6% na semana anterior, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em levantamento de monitoramento das condições das lavouras. O desempenho corresponde a um avanço de 7,8 pontos porcentuais ante uma semana atrás. Há atraso, contudo, de 10,5 pontos porcentuais em relação a igual período do ano passado, quando 75,9% da área já estava semeada.
Em Mato Grosso, principal Estado produtor da oleaginosa, com 91,1% da área estimada já plantada, ante 98,8% no ano passado e 88,1% há 7 dias, a escassez de precipitações causa impacto no desenvolvimento vegetativo em várias regiões, principalmente no Sul, Sudeste e Médio Norte.
“Os replantios têm ocorrido em diversas áreas”, disse a Conab.
No Rio Grande do Sul, as fortes precipitações e a alta umidade no solo, prejudicam a evolução da semeadura, que atingia apenas 24% da área total prevista, ante 34% há um ano e 16% na semana passada. No Paraná, o tempo mais seco permitiu a realização de tratos culturais e a semeadura, que alcançava 84% ante 90% em 2022 e 73% há 7 dias. Em Mato Grosso do Sul, as lavouras têm sido afetadas pelas altas temperaturas e a baixa umidade no solo. O plantio atingia 87% da área total projetada, ante 96% em 2022 e 80% na semana anterior.
Já o plantio de milho verão do ciclo 2023/24 alcançava 49% da área estimada para o Brasil até domingo, segundo a Conab, 13,6 pontos porcentuais atrás do reportado no período equivalente da temporada anterior (62,6%). Os trabalhos avançaram 3,2 pontos porcentuais ante a última semana (45,8%).
Segundo a Conab, em Minas Gerais, houve pouco avanço no plantio por causa da falta de precipitações significativas, passando de 46,9% para 50,4% entre as duas últimas semanas, e abaixo de 70% de 2022. As lavouras semeadas começaram a apresentar sintomas de déficit hídrico. No Rio Grande do Sul, não houve plantio em virtude das fortes precipitações, com o total mantido em 80%, um pouco abaixo dos 84% do ano passado. Contudo, as chuvas favoreceram as lavouras, que se encontram em diversos estágios.
Em contrapartida, estão afetando as lavouras pelos dias de alta nebulosidade, aumento de incidência de doenças, alagamentos e chuvas de granizo. No Paraná, a maioria das áreas apresenta bom desenvolvimento e o plantio está quase concluído atingindo 98% da área estimada ante 95% há 7 das e 95% em 2022. O tempo mais seco, permitiu a realização dos tratos culturais e o avanço na semeadura. Na Bahia, as lavouras estão em fase de germinação e início de desenvolvimento vegetativo, com 12% já plantadas ante 9% há uma semana e 39% de 2022. Em Goiás, poucas áreas foram semeadas, totalizando 2% ante 46% no passado. “Os produtores aguardam melhores condições de umidade para prosseguirem com os trabalhos”, disse a Conab.
A colheita de trigo do ciclo 2023 avançou 7,1 pontos porcentuais ante a semana anterior, de 87,1% para 94,2% da área prevista. No período equivalente de 2022, o Brasil havia colhido 72,7% do cereal. No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, a evolução da colheita foi prejudicada pelas chuvas volumosas que impediram as operações.
Nas regiões do Alto Uruguai e das Missões a colheita está praticamente finalizada, enquanto no Planalto Superior está no período mais adequado. A qualidade dos grãos colhidos continua aquém do ideal. No Paraná, a colheita está praticamente finalizada, evidenciando a produção de triguilho e a presença de micotoxinas nos grãos.