O Índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Brasil subiu de 50,7 em março para 51,8 em abril, informou nesta quinta-feira, 4, a S&P Global. O resultado deixa o indicador acima do nível neutro, de 50 pontos, pela segunda leitura consecutiva, o que sinaliza restabelecimento da produção. O PMI específico de serviços subiu de 51,8 em março para 54,5 em abril, a maior pontuação em nove meses.

Para a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyana De Lima, o desempenho de serviços foi impulsionado pela melhora das condições de demanda, renovações e conquista de novos negócios. “O sólido aumento no índice de emprego, junto a previsões otimistas de produção, são um bom presságio para as perspectivas a curto prazo”, afirmou, em relatório.

Na avaliação da diretora, apesar de as pressões sobre os preços na economia de serviços terem recuado, seguem elevadas no contexto dos dados históricos. “As empresas repassaram aos consumidores apenas parte de seus custos adicionais em meio a esforços contínuos para aumentar as vendas. Enquanto 27% das empresas relataram um aumento nas despesas desde março – relacionadas à energia, alimentação, combustível, transporte, serviços públicos e contas salariais -, apenas 12% elevaram os preços de venda”, explicou Pollyana De Lima.

De acordo com a S&P, as empresas de serviços mantiveram uma perspectiva otimista de que a produção deve aumentar ao longo dos próximos 12 meses, sustentada por propostas já em curso, investimento privado e o crescimento de novos negócios.

Em relação ao PMI consolidado, a S&P destaca que a taxa de crescimento ainda é modesta, porém mais acelerada do que a das últimas leituras. Na avaliação da S&P, os fabricantes de produtos reduziram empregos em abril, mas um aumento sólido e acelerado do setor de serviços sustentou o crescimento no nível consolidado do PMI.

“Os resultados do PMI de abril mostram uma história consistente de discrepância. O setor industrial entrou em contração ainda maior – registrando reduções mais acentuadas em novos pedidos, produção e emprego -, permitindo que o setor de serviços fosse o único impulsionador do crescimento do setor privado no início do segundo trimestre”, pontuou Pollyana De Lima.