O índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil subiu de 44,2 em dezembro para 47,5 em janeiro, a maior alta em três meses, divulgou nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, a S&P Global. Números abaixo de 50 apontam para retração da atividade.

De acordo com a S&P, o aumento no índice geral resultou principalmente de reduções mais lentas nos índices de novos pedidos e produção. As empresas indicaram que a demanda fraca, o aumento dos preços e a incerteza da política fiscal diminuíram as vendas em janeiro.

Ainda segundo a S&P, as empresas continuaram reduzindo a compra de insumos, fazendo com que os níveis de compra caíssem pelo quarto mês consecutivo, embora em um ritmo mais lento desde outubro passado.

“O atual ambiente de negócios do Brasil continua difícil, com os fabricantes enfrentando uma demanda fraca subjacente e o adiamento de projetos existentes devido a um mercado inflado, altos custos de empréstimos e preocupações com políticas públicas”, afirma a diretora associada de economia da S&P Global, Pollyanna de Lima, em nota. “Uma área a ser observada nos próximos meses são os preços de insumos, que começaram a ganhar força depois de recuar na virada do ano”, acrescenta.

Segundo empresas monitoradas pela S&P, a demanda fraca por insumos fez com que os fornecedores tivessem maior disponibilidade de materiais em estoque. Por sua vez, os prazos médios de entrega diminuíram pelo terceiro mês consecutivo em janeiro.

“As empresas mantiveram um tom otimista em relação ao horizonte de 12 meses, prevendo uma recuperação na demanda. Também houve menções de que investimentos e lançamentos de novos produtos devem aumentar a produção ao longo de 2023”, pontuou Lima.