Estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) fizeram um protesto nesta segunda-feira, 30, no câmpus da instituição após o assassinato de Janaína da Silva Bezerra, de 23 anos. A jovem, do 5º período de Jornalismo, foi estuprada e teve o pescoço quebrado. O suspeito é o aluno do mestrado de Matemática, Thiago Mayson Barbosa, de 29 anos, que foi preso. A instituição suspendeu as aulas.

A mãe da vítima, Maria do Socorro Silva, diz que ela tinha ódio de machistas e afirma que a filha foi estuprada por dois homens. Ainda segundo ela, os criminosos mandaram mensagens do celular da vítima, com linguagem que não era a que a jovem usava.

O crime ocorreu durante festa realizada no Diretório Central dos Estudantes (DCE), dentro da UFPI. “Eles arrastaram minha filha e a mataram por maldade”, afirma Socorro. Ela acredita que o segundo suspeito envolvido no crime planejava sumir com o cadáver da filha.

O pai de Janaína, o mecânico Adão Bezerra do Nascimento, soube da morte por uma amiga da filha. “Estou muito abalado. Quero Justiça. E creio em Deus que será feita!”, desabafou.

Delegado da Central de Flagrantes e de Gênero, Antônio Nilton Alves de Moura representou pela prisão preventiva de Thiago Mayson Barbosa após o exame apontar que Janaína foi estuprada e teve o pescoço quebrado, além de outros sinais de violência, e a Justiça decretou a prisão preventiva. No domingo, 29, ele passou pela audiência de custódia e permanece preso. O Estadão não conseguiu localizar a defesa do jovem.

No depoimento, ele contou que já tinha “ficado” com Janaína e se reencontraram na festa do DCE. Lá, eles tiveram relações sexuais numa sala da instituição. O estudante de Matemática afirma que eles não haviam usado álcool nem drogas. Também sustenta que o preservativo rasgou durante a relação, mas ela consentiu em continuar com o sexo.

De acordo com Barbosa, a estudante teria desmaiado depois da relação e ele acredita que ela possa ter batido a cabeça. Depois, o estudante diz ter percebido que havia sangramento nas partes íntimas, e diz ter acreditado que ela menstruou.

Barbosa disse ainda que um colega, de nome Vitor, teria entrado em contato com ele por mensagem perguntando onde ele estava. O suspeito relatou o acontecido e foi aconselhado a pedir um Uber e levar Janaína ao hospital, quando foi flagrado pelo segurança do câmpus carregando a moça nos braços.