05/08/2021 - 17:00
Após 15 anos em vigor, e tido hoje como ultrapassado, o atual Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para refrigeradores vendidos no Brasil será atualizado. Os novos produtos terão de ser, numa primeira fase, até 30% mais econômicos que os atuais e até 61% na última fase, a partir de 2030. A medida ocorre num momento em que o País passa por uma crise hídrica que pode levar à adoção de medidas de racionamento de energia.
A portaria com as novas normas foi publicada ontem no Diário Oficial da União. O Inmetro estima em R$ 32,2 bilhões a economia acumulada com energia até 2035. As fabricantes de geladeiras estimam investimentos de R$ 300 milhões (ou mais) para adaptar a produção, informa a Eletros, entidade que representa os produtores.
O processo altera a classificação, que hoje vai de A a D, para que o consumidor possa identificar a diferença nos novos níveis de eficiência energética. Na primeira fase, as geladeiras mais eficientes terão selo A+++, o que representa eficiência de até 30% em relação à selo A atual. O A++ indicará 20% a menos no consumo e o A+, 10% a menos. Segundo o Inmetro, uma geladeira A+++ de duas portas de degelo automático (frost-free), com 500 litros, vai consumir cerca de 13 kWh a menos de energia por mês, o que representará economia de R$ 10,14 mensais. Esse tipo de refrigerador é o mais vendido no País.
“Como as geladeiras estão presentes em praticamente todos os lares, sendo utilizadas 24 horas, a atualização da etiqueta é relevante para promover a conservação de energia, com impacto positivo nas contas de luz, e reduzir a demanda energética do País”, diz Danielle Assafin, coordenadora do PBE para Refrigeradores.
A segunda fase, no fim de 2025, elimina as subclasses e os novos níveis passam a ser definidos com base nas recomendações das Nações Unidas. A última, no fim de 2030, estabelece padrões iguais aos adotados pela União Europeia neste ano, e significará redução de 61% em relação ao consumo atual.
Renato Alves, da Eletros, diz que as fases foram pensadas para que as empresas possam diluir investimentos e evitar repasse de custos que tornem a geladeira inacessível para consumidores de menor renda. “A ideia é que as pessoas possam continuar consumindo o produto.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.