01/12/2008 - 0:00
Europa deve reduzir subsídios em 13%
Aredução do subsídio agrícola é o ponto-chave da Política Agrícola Comunitária (PAC) da União Européia (UE). Em uma reunião recente, os ministros da Agricultura dos países-membros da UE aprovaram a redução gradual de 13% até 2013 dos subsídios pagos aos agricultores da comunidade. Até 2010, o orçamento agrícola da UE de 53 bilhões de euros deve ter uma redução de 7%. Para o ministro da agricultura, Reinhold Stephanes, “o valor do corte dos subsídios ainda está longe de mostrar capacidade de competição para os países exportadores”.
Safra Cafeeira
CNC x USDA
O Conselho Nacional do Café, entidade que representa os cafeicultores brasileiros, contestou a estimativa do USDA, Departamento de Agricultura dos EUA. O órgão americano projetou a safra 2008 de café do Brasil em 51,1 milhões de sacas. Mas este valor está 11,45% acima da projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
China
Avicultura em xeque
Milhares de galinhas foram abatidas na China por causa da contaminação de ovos com melamina. A substância em questão é utilizada na fabricação de plásticos e na indústria alimentícia para burlar testes de qualidade. No ano passado, gatos e cachorros morreram nos EUA por causa de rações que continham o tal ingrediente. As autoridades chinesas estão examinando as possíveis empresas de rações responsáveis.
Mídia
Big Brother Rural
Corre nos bastidores que a Record está para fechar a compra de um reality show da holandesa Endemol que seria uma espécie de Big Brother Rural. O programa consiste em colocar 12 famosos acostumados ao luxo urbano para viver em ambiente rural. Dentre as opções de título estão “Fazenda das Estrelas” e “Rancho das Celebridades”.
Rodeios
Brasil no topo
Obrasileiro Guilherme Marchi de Leme, 25 anos, conquistou o primeiro lugar no Professional Bull Rider (PBR) 2008, o principal campeonato de montaria de touros dos Estados Unidos. Com o título, o peão levou o prêmio de US$ 1 milhão. Leme foi o terceiro brasileiro a vencer o PBR.
Etanol Doméstico
E-Fuel cria equipamento doméstico
Agora, já é possível produzir etanol em casa. A californiana E-Fuel lançou um equipamento doméstico que possibilita a produção semanal de até 133 litros de álcool em casa.
A fabricação é a partir de melaço ou açúcar não refinado. A unidade é portátil e está à venda por US$ 10 mil.
Pesquisas
Hortênsias na mira
OInstituto Agronômico de Campinas (IAC) identificou um vírus que mancha as folhas e reduz o tamanho das flores de hortênsias azuis. Os danos causados pelos vírus vinham comprometendo as plantações comerciais de hortênsias há seis anos. Com a descoberta, o instituto gerou plantas sadias, que darão origem às mudas. O resultado do trabalho já foi disponibilizado para os produtores da região de Arujá, que concentra 80% da produção de hortênsias no Estado de São Paulo.
Celebridades
Michael Jackson vende Neverland
Ocantor Michael Jackson vendeu o rancho Neverland para a empresa Sycamore Valley Ranch Company LLC. A propriedade de 11.300 hectares no noroeste da Califórnia ficou conhecida por conta do zoológico e do parque de diversões. No entanto, o novo dono vai mudar o nome do local para afastar as referências ao processo de abuso infantil ao qual Michael Jackson respondeu em 2005.
Algodão Colorido
Mexicanos querem tecnologia brasileira
Pesquisadores mexicanos visitaram a Embrapa Algodão em novembro. A visita teve por finalidade estimular o intercâmbio de genes de algodões coloridos entre os países. “Estamos estreitando os acordos nas áreas de melhoramento genético para tornarmos as variedades pesquisadas no México viáveis para o uso industrial”, diz a pesquisadora Alina Villalobos.
Armazenagem
Silos em alta
Otrimestre finalizado em setembro anunciou boas notícias ao setor de armazenagem. As vendas no mercado interno chegaram a R$ 59 milhões, um crescimento de mais de 100% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando o setor faturou R$ 5,3 milhões. Neste cenário, a Keppler Weber, líder do segmento, registrou uma receita líquida no terceiro trimestre de R$ 79,9 milhões.
Máquinas Agrícolas
Diagnóstico até outubro
Pela primeira vez no ano, as vendas de máquinas agrícolas recuaram. Em outubro, o montante comercializado foi 0,3% menor que setembro, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O montante vendido foi de 5,46 mil unidades. Mas em relação a outubro de 2007, as vendas cresceram 28,8%. No acumulado do ano, as vendas subiram 45,8%.
Novo golpe russo
Mais uma vez a Rússia deixou o Brasil de lado na hora de conceder as taxas de carnes para 2009. Se tivessem sido contemplados com as cotas, os frigoríficos brasileiros pagariam taxas menores para exportar para o país da praça vermelha. O bloco europeu foi o mais contemplado. Ficou com 79% da cota de carne bovina congelada e com quase toda a cota de carne fresca. No frango, o mais privilegiado foi os EUA com 74% da cota. Em carne suína, o segmento que mais interessa ao Brasil, a União Européia novamente ficou com a maior parcela, 60%. Restou aos brasileiros disputar o restante das cotas com China e Canadá.
Carne Suína
Cerco a SC continua
Mesmo com o reconhecimento de região livre de febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina continua com dificuldades para exportar sua carne suína. Países como Coréia, Japão, EUA, Canadá e México seguem de portas fechadas.
O único a reconhecer o status do Estado foi o Chile. Por isso, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro Camargo Neto, quer que o governo entre com uma consulta na OMC.
Biocombustíveis
Previsão para 2014
Um estudo da ONG The Nature Conservancy concluiu que em 2014 serão necessários entre 12 milhões e 54 milhões de hectares de terra para atender à demanda mundial por biocombustíveis. Deste total, entre 7 milhões e 50 milhões de hectares viriam da América do Sul. O Brasil ganha uma posição de destaque pela possibilidade de terras disponíveis sem a necessidade de desmatar.
Política Cafeeira
Estoques privados
Os membros do Conselho Deliberativo da Política do Café aprovaram proposta do Conselho Nacional do Café para a retirada de seis milhões de sacas do mercado. Trata-se da formação de estoque estratégico por parte do setor privado. Esse inédito programa, ao contrário do modelo de formação de estoques públicos, permite o retorno antecipado de parte desses cafés ao mercado, caso a cotação evolua para o nível de preço estabelecido, que é de R$ 306,34.
Fruticultura
Consumo em alta
Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Frutas, fala sobre os desafios e conquistas do setor de frutas em 2007.
DINHEIRO RURAL – Quais os avanços do setor de frutas em 2008? MOACYR SARAIVA FERNANDES – Tivemos avanços significativos na cadeia produtiva e distributiva da fruta. Na parte produtiva, não expandimos o plantio, mas aumentamos a produtividade. Tivemos o apoio do Ministério da Agricultura com os subsídios para a fruticultura nas zonas consideradas adequadas. O subsídio governamental varia de 40% a 60%. Em alguns Estados, como São Paulo, o governo estadual também subsidiou um percentual, o que permitiu ao produtor ter um subsídio sobre o prêmio do seguro agrícola de 70%.
RURAL – O crédito para o setor aumentou? FERNANDES – Desde o ano passado, temos uma linha específica que é o BB Fruticultura. Segundo informações do próprio banco, principalmente para pequenas e médias propriedades, ou seja, para aqueles que se encaixam no Pronaf, as concessões de crédito superaram o valor planejado pelo banco. Este apoio é extremamente importante, mas, como os demais segmentos, nós precisamos ainda de mais crédito.
RURAL – Quanto o setor movimentou? FERNANDES O setor deverá fechar o ano com um movimento de cerca de R$ 11 bilhões.
RURAL – Houve aumento no consumo? FERNANDES – Sim. O consumo de frutas in natura deve fechar o ano com um crescimento de 5%.
Além disso, os sucos de néctar de fruta, os sucos prontos para beber, devem fechar o ano com um crescimento de dois dígitos.
RURAL – A crise financeira afeta o setor? FERNANDES – Infelizmente, não podemos dizer que estamos imunes à crise. O impacto dessa crise não é homogêneo, ela atinge os setores de forma diferenciada. De uma forma geral, o que se espera não é uma retração do mercado. O que deveremos ter é um menor crescimento e provavelmente uma baixa nos preços, que é um fator fundamental para manter consumo. Por outro lado, o dólar subindo favorecerá alguns exportadores. Mas também você não pode deixar de lado que está havendo uma elevação nos custos de produção por conta do preço dos defensivos e fertilizantes.