Inovação americana acelerada

No ano passado, uma parceria entre o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) e empresas privadas gerou 180 descobertas científicas inovadoras e com potencial de comercialização, sendo que 147 delas já estão com pedido de patente. O Secretário da Agricultura americano, Tom Vilsack, disse que o órgão está acelerando a realização de pesquisas. As descobertas de 2013 incluem desde um tipo de farinha produzida com semente de uva chadornay contra o colesterol, a criação de embalagens antimicrobianas, até técnicas para a geração de bioenergia a partir de grama cortada. O Usda acredita que a renovação da lei agrícola prevista para este ano vai permitir ainda mais investimentos em ciência.  Essa lei criou a Fundação para Pesquisa em Alimentos e Agricultura, que prevê aportes anuais de US$ 200 milhões pelo governo e outros US$ 200 milhões da iniciativa privada.

Carvão rastreado

Foi lançado o ProMoVe Carvão Sustentável, no mês passado. O projeto é uma iniciativa do GT Carvão Sustentável, grupo que envolve ON Gs como a WWF Brasil, e siderurgias, para rastrear e certificar a cadeia. Esse segmento é conhecido por casos de devastação ambiental, trabalho escravo, conflitos sociais e extração ilegal de madeira. Os ambientalistas esperam que, com o novo sistema, o setor possa atestar boas práticas no processo produtivo.

Carne para a Malásia

No mês passado, a Malásia liberou as importações de carne bovina de mais oito frigoríficos brasileiros. Foram habilitadas duas unidades da JBS, em Rondônia e Mato Grosso do Sul, duas da Marfrig, em Rondônia e Mato Grosso, e duas da Minerva, em Rondônia e Tocantins, além de uma do Frigol, no Pará, e uma da Vale Grande, em Mato Grosso. Com as liberações, o número de frigoríficos brasileiros  habilitados pelos malaios subiu para dez, segundo o Ministério da Agricultura. 

Moagem de trigo no Rio

A Bunge Brasil, uma das maiores empresas de agronegócio do País, vai investir R$ 500 milhões para construir um moinho de trigo em Duque de Caxias (RJ), com capacidade para moer 600 mil toneladas de trigo por ano. Atualmente, a Bunge possui sete moinhos de  trigo no País. A construção faz parte de um plano de investimentos que teve início no ano passado, com a aquisição do moinho Vera Cruz, em Minas Gerais. A estratégia é modernizar operações para atender à demanda crescente por farinhas. 

 

A Tide acelera no Brasil

A fabricante de defensivos chinesa Tide chegou ao Brasil em 2010, mas até aqui estava em fase préoperacional. O plano era trazer seus produtos diretamente da China, o que levaria cerca de cinco anos até conseguir registrá-los. No entanto, a companhia resolveu acelerar sua presença no mercado brasileiro, ao adquirir o controle da Prentiss Química, fabricante de defensivos, baseada em Curitiba. 

Conforto para os suínos

A Arcos Dourados, megafranqueada que controla as operações do McDonald’s no Brasil, México, na Argentina, Colômbia e Venezuela, está pedindo aos seus fornecedores de carne suína que apresentem projetos para limitar o uso de celas para as porcas em gestação. O plano, com foco no  bem-estar animal, visa eliminar o uso dos cubículos até 2022, substituindoos por criadouros coletivos. Os projetos
devem ser apresentados até o fim de 2016. 

 

IAC inaugura biofábrica

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vinculado à Secretaria de Agricultura de São Paulo, inaugurou em abril uma biofábrica de cana-de-açúcar em Ribeirão Preto, no interior do Estado. Ao custo de R$ 2,5 milhões, a unidade vai produzir quatro milhões de mudas por ano, que serão utilizadas nos viveiros do setor privado para multiplicação e, depois, levadas ao mercado. Segundo o IAC, a vantagem da biofábrica é que ela permite a produção em larga escala de variedades com alta qualidade fitossanitária e com maior rapidez. 

 

Korin saudável

A brasileira Korin Agropecuária, de São Paulo, produtora de frangos e ovos orgânicos, é uma das empresas retratadas no livro Gestão Sustentável na Agricultura, lançado no mês passado pelo Ministério da Agricultura. A escolha se deve a seu modelo agrícola baseado em práticas sustentáveis, inspirado na “agricultura natural” preconizada pelo filósofo e espiritualista japonês Mokiti Okada. 

Nova raça bovina

Em fevereiro, a Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS) iniciou os controles genealógicos para a formação de duas novas raças bovinas: a simlandês, animal que resulta do cruzamento da raça simental com a holandesa, e a simangus, do cruzamento de simental com aberdeen angus. A autorização foi concedida pelo Ministério da Agricultura e a emissão de registro genealógico de cada animal acontecerá após a análise de pelo menos duas gerações de cruzamentos. 

Yara mais robusta

Em abril, a fabricante de fertilizantes norueguesa Yara reabriu a misturadora de Porto Alegre. A fábrica passou por uma expansão, ao custo de R$ 55 milhões, ampliando sua capacidade de 450 mil toneladas para 700 mil toneladas por ano. Localizada às margens do rio Gravataí, a unidade, que passou a ser a mais moderna da empresa, conta com um terminal para o transporte hidroviário, facilitando a logística de recebimento e distribuição dos fertilizantes. 

Syngenta aposta no trigo

No mês passado, a suíça Syngenta anunciou a compra da empresa italiana de sementes Società Produttori Sementi (PSB), de Bolonha, uma das mais antigas produtoras de variedades de trigo durum, o tipo mais indicado para a fabricação de massas. De acordo com a Syngenta, que não divulgou o valor da transação, o objetivo é complementar suas pesquisas de cereais e acelerar a inovação na produção de sementes. Em operação desde 1911, a PSB cultiva mais de 330 mil hectares com variedades de trigo e alfafa na Itália.

John Deere em Goiás

A fabricante de máquinas agrícolas John Deere vai investir cerca de US$ 40 milhões na expansão de sua fábrica em Catalão, Goiás, até 2015, para atender ao aumento da demanda por colhedoras de cana-de-açúcar e pulverizadores. O plano é ampliar a área da unidade de 30 mil para 45 mil metros quadrados. Com o investimento, a multinacional americana espera elevar em 30% a capacidade de produção da fábrica.

 

 

Odebrecht investe

A Odebrecht Agroindustrial, braço na área de etanol e açúcar do grupo Odebrecht, está criando dois polos de melhoramento genético da canade- açúcar em suas unidades de Goiás, nos municípios de Rio Claro e Morro Vermelho. O projeto, em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), terá dois campos experimentais com 25 hectares cada um, que receberão variedades de clones e de transgênicos para pesquisas com foco no aumento da produtividade e da sustentabilidade da cana.

Merial contra a aftosa

A Merial, divisão veterinária da farmacêutica francesa Sanofi, vai investir 40 milhões no Brasil, para construir uma fábrica de vacinas contra a febre aftosa. Com capacidade para produzir 110 milhões de doses, por ano, a unidade vai reforçar suas exportações. Atualmente, a Merial vende vacinas para Bolívia, Uruguai, Paraguai e Peru, e há negociações com a Argentina. No ano passado, 65% do faturamento de R$ 580 milhões veio de vendas externas. 

 

Angus investe em pesquisa

Paulo Marques, presidente da Associação Brasileira de Angus, fala sobre a parceria firmada com a Unesp, de Jaboticabal (SP), no mês passado, para o desenvolvimento de três pesquisas

Qual será o foco dos estudos?
O primeiro estudo abordará um inimigo que pesa no bolso do pecuarista: o carrapato. Em 2013, contabilizamos, entre manejo, medicamentos e perdas, um prejuízo de cerca de R$ 3 bilhões.

E as demais pesquisas?
A segunda irá avaliar o impacto do uso de informações moleculares em programas de melhoramento genético. Já o terceiro estudo enfocará a eficiência alimentar.

Por que essas pesquisas são importantes?
A pesquisa é fundamental. O trabalho com informações moleculares traz uma mensuração mais moderna, precisa e ágil de características essenciais.

Em 2013, o Angus foi a raça mais requisitada no País, com quase 3,4 milhões de doses de sêmen vendidos. Como o sr. avalia esse desempenho?
É a evolução da confiança na genética angus. Nove de cada dez bezerros nascidos de cruzamentos industriais no Brasil, neste ano, terão sangue angus. Esse resultado comprova o sucesso do casamento entre angus e nelore, base do rebanho bovino brasileiro.