São Paulo, 2 – Mesmo com a previsão de quebra na atual safra de soja, os Portos do Paraná esperam receber em 2024 volume da oleaginosa semelhante ao do ano passado, que foi recorde. A commodity é o principal produto movimentado nos Portos de Paranaguá e Antonina, com 13,7 milhões de toneladas entre janeiro e novembro – dado mais recente disponível -, ou 32% do total. O crescimento foi de 43% ante 2022, resultado de uma safra recorde.

Em relação a esta temporada, o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, disse ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que Paraná e Mato Grosso do Sul, origens da maior parte da soja escoada, não devem ter quebra tão expressiva quanto a de Mato Grosso, que costuma enviar suas cargas pelos portos de Santos e do Arco Norte, principalmente.

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Segundo Garcia, as primeiras movimentações com soja em maior volume devem começar a ocorrer em março. Vendedores, diz, costumam escoar parte da produção na virada do primeiro e segundo trimestres e depois recuam, voltando a movimentar a oleaginosa por Paranaguá quando o milho segunda safra entra no mercado, no início do segundo semestre. Nesse momento precisarão abrir espaço nos armazéns para guardar o cereal. “A expectativa é a de que a gente tenha um bom movimento (com soja), a depender do preço no mercado internacional. Se melhorarem em relação ao que foi fechado no ano passado, teremos, sim, um movimento mais intenso, na mesma toada do que foi 2023”, afirmou.

Para a safra atual, o executivo diz que a estrutura do terminal paranaense atenderá às necessidades. Em março, o Porto de Paranaguá dará início à construção do projeto chamado “moegão”, obra orçada em R$ 592 milhões, com investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a instalação de um sistema de descarga ferroviária de grãos (soja e milho) e farelos, que deve ficar pronto em 20 meses.

Os grãos sairão diretamente dos vagões para os navios. A expectativa é a de que a capacidade de desembarque de cargas pelo modal ferroviário, que hoje representa 19% da movimentação do porto, salte para 63%.

Segundo Garcia, a obra vai unificar os 11 terminais do Porto de Paranaguá, evitando as manobras de composições. “Eles terão condição de receber cargas em um ponto único que serão transportadas por vias aéreas para dentro de cada terminal”, afirma.