São Paulo, 19 – A caixa de 40,8 kg de laranja pera negociada em algumas regiões do Estado de São Paulo beira a casa dos R$ 100 (mercado in natura), o maior valor real registrado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) na série histórica iniciada em outubro de 1994. “O recorde real foi atingido primeiramente em janeiro e, desde então, vem sendo renovado mês a mês”, disse o Cepea em nota.

De acordo com pesquisadores do centro de estudos, a valorização da fruta está atrelada sobretudo à escassez de oferta neste período de entressafra, enquanto outras variedades (tardias e precoces) também estão com oferta controlada. O Cepea lembra que durante toda a temporada 2023/24 a alta demanda industrial restringiu ainda mais as frutas disponíveis no mercado doméstico. “Assim, diferentemente do comportamento típico de queda de preços da laranja verificado a partir do início da colheita das precoces (entre março e abril), em 2024, a oferta limitada de fruta pode amenizar ou, até mesmo, impedir as desvalorizações.”

Pelo menos para março pesquisadores do Cepea indicam que os patamares de preços devem continuar elevados, até mesmo porque o ritmo de crescimento na oferta de laranjas precoces no spot paulista ainda é lento. “E as expectativas são pouco otimistas quanto ao volume a ser colhido em 2024/25 – é praticamente um consenso de que a produção será menor que a atual. Os desafios enfrentados por citricultores no segundo semestre de 2023 (devido ao greening e às ondas de calor trazidas pelo El Niño) tendem a dificultar uma colheita volumosa de laranjas neste ano.”