O custo das carnes ao consumidor voltou a cair em março, depois da redução ocorrida em fevereiro. Houve tanto aumento da oferta, decorrente da suspensão temporária de exportações do produto do Brasil para a China, por conta de registro de um caso de mal da vaca louca em um bovino no Pará, quanto diminuição da demanda, por conta da sazonalidade da quaresma, quando há menor procura por carne bovina, justificou André Almeida, analista do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um aumento de 0,16% em fevereiro para uma elevação de 0,05% em março, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE. O grupo contribuiu com apenas 0,01 ponto porcentual para a taxa de 0,71% do IPCA do último mês.

O freio foi influenciado por nova desaceleração no custo da alimentação no domicílio (de alta de 0,04% em fevereiro para uma queda de 0,14% em março).

Houve queda mais intensa nos preços da batata-inglesa (-12,80%) e do óleo de soja (-4,01%), além de recuos na cebola (-7,23%), tomate (-4,02%) e carnes (-1,06%). Os preços das carnes já tinham recuado 1,22% em fevereiro, acumulando uma redução de 2,72% este ano.

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“De maneira geral, principalmente tubérculos, legumes e frutas têm maior oferta, sim. Agora, na carne, tem questão de oferta e tem questão de menor demanda nesse período de quaresma pela carne vermelha”, afirmou Almeida.

Por outro lado, houve aumentos em março na cenoura (28,58%) e no ovo de galinha (7,64%). “Nessa época, existe um aumento sazonal de demanda, por conta da quaresma, por ovos e pescados”, apontou Almeida.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,60% em março, depois da alta de 0,50% em fevereiro. O lanche aumentou 1,09% em março, e a refeição fora de casa ficou 0,41% mais cara.