A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, 22, o prefeito de Rio Largo – município de 75 mil habitantes em Alagoas – no bojo da segunda fase da Operação Beco da Pecúnia, investigação sobre supostos desvios de recursos do Fundeb e do SUS, além de possíveis crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Gilberto Gonçalves é alvo de mandado de prisão preventiva – sem data para acabar. Além da prisão do prefeito, que já estava afastado das funções desde a primeira etapa ostensiva do inquérito, os agentes da Polícia Federal vasculharam um endereço de Rio Largo.

A Polícia Federal diz ter identificado ‘uma atuação visando impedir ou embaraçar a investigação que envolve organização criminosa’, além dos demais crimes já sob investigação, que teriam sido cometidos entre 2019 e 2022.

A apuração se debruça sobre supostas ilegalidades nas contratações e pagamentos realizados pelo município em favor de duas empresas, para compra de material de construção, peças e serviços para veículos. De acordo com a PF, as companhias teriam recebido cerca de R$ 20 milhões do município.

De acordo com a PF, a investigação identificou que, entre 2019 e 2022, foram realizados 245 saques “na boca do caixa” de contas de tais empresas, com o valor individual de R$ 49 mil. As retiradas se deram logo após as empresas terem recebido recursos de contas do município de Rio Largo.

Durante o cumprimento das diligências da primeira fase ostensiva da apuração, aberta no dia 11, um dos alvos da operação tentou se desvencilhar do celular, para que os policiais não o aprendessem, jogando o aparelho pela janela, em meio ao quintal. O aparelho foi recuperado pelos agentes.

COM A PALAVRA, GILBERTO GONÇALVES

A reportagem busca contato com a defesa do prefeito afastado de Rio Largo. O espaço está aberto para manifestações.