Passageiros que utilizam transporte coletivo na cidade de São Paulo foram surpreendidos nesta manhã de segunda-feira, 29, com a falta de ônibus em diversos bairros da cidade. De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), o início da operação apresentou atraso em nove concessionárias do sistema e a circulação está sendo normalizada gradativamente.

Em razão do impacto da greve parcial, a Prefeitura de São Paulo afirmou que o rodízio municipal de veículos está suspenso nesta segunda-feira. Veículos com placas finais 1 e 2 podem circular normalmente.

“Os corredores e faixas exclusivas não estão liberados para circulação de veículos. O rodízio para caminhões permanece, bem como a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e Zona de Máxima Restrição aos Fretados (ZMRF)”, disse em nota.

Durante assembleia geral realizada na última sexta-feira, 26, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) afirmou que os trabalhadores aprovaram um plano de luta para esta semana.

“A decisão foi tomada por unanimidade em virtude da ausência de uma nova proposta patronal contendo a valorização das cláusulas econômicas e, especial, a volta dos 30 minutos de refeição remunerados. Ao contrário, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) não sinalizou qualquer intenção de contribuir para um acordo”, disse em comunicado.

Nesta segunda-feira, assembleias foram realizadas entre 3h e 5h em todas as garagens de ônibus, de acordo com o sindicato. Uma passeata dos trabalhadores, saindo da sede do sindicato rumo à Prefeitura de São Paulo, está prevista para as 15h desta terça-feira, 30.

Uma nova assembleia para avaliar o movimento está marcada para a próxima quinta-feira, dia 1º.

Por sua vez, o SPUrbanuss, entidade civil que congrega as empresas concessionárias responsáveis pelos serviços de transporte de passageiros por ônibus do município de São Paulo, afirma que lamenta a posição do Sindmotoristas, que adota uma postura que afeta todos os trabalhadores, estudantes e pessoas que precisam se deslocar na cidade, ainda no transcurso das negociações para a Convenção Coletiva 22/23.

“Esperamos que a ética e o bom sendo prevaleçam e as negociações prossigam, sem mais movimentos que prejudiquem a população usuária desse serviço essencial”, disse em nota.

Índice de congestionamento

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), com base na planilha com quilômetros de lentidão registrados nos 20 mil km de ruas e avenidas da capital paulista, às 8h desta segunda-feira, foram registrados 525 km de vias congestionadas. Na segunda-feira passada, 22, eram 406 km.

A CET, em parceria com o aplicativo de mobilidade Waze, passou a divulgar desde março deste ano a lentidão de toda a cidade de São Paulo. O recorde para o horário ainda é do dia 23 de março, com 779 km às 8h, no dia em que ocorreu a greve dos metroviários em São Paulo.PP