O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Sérgio Souza (MDB-PR), confirmou nesta quarta-feira o apoio da bancada ruralista ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto. A decisão foi antecipada ontem pelo Estadão/Broadcast. O deputado é do mesmo partido da senadora Simone Tebet, que concorreu à Presidência e foi a terceira mais votada no primeiro turno.

“É muito claro o resultado do que aconteceu e acontece no Brasil nos últimos anos. O agro não parou nem na pandemia. O agro é o grande pilar de sustentação deste País e tem responsabilidade com o desenvolvimento, com a geração de emprego e renda, com a segurança jurídica e, principalmente, com o direito à propriedade”, afirmou Souza, no Palácio da Alvorada, após uma reunião com Bolsonaro.

“Nós não poderíamos tomar outra decisão. A bancada do agro no Congresso Nacional tomou um lado, que é dos caminhos para a direita, com fé em Deus, os caminhos da liberdade, o caminho da redução do custo de produção e da produção de alimentos de qualidade que chegue à mesa do cidadão brasileiro. Nós temos um só lado, que é o lado da liberdade, é o lado do presidente Bolsonaro, estamos juntos nesta campanha”, emendou o presidente da FPA.

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Souza já havia aderido à candidatura do presidente Bolsonaro no primeiro turno, apesar de seu partido, o MDB, ter chapa própria à Presidência, com a senadora Simone Tebet. Já o vice-presidente da frente, o deputado federal Neri Geller (PP-MT), é um dos principais articuladores da chapa Lula/Alckmin com o agronegócio no Centro-Oeste.

Hoje, 280 parlamentares integram a FPA, sendo 39 senadores e 241 deputados federais. Na Câmara, a frente representa 54,6% do total de parlamentares e integra comissões importantes como a do Meio Ambiente, Constituição e Justiça, além da Agricultura. A bancada é uma das mais ativas do Congresso, com forte influência na aprovação de projetos ligados ao setor produtivo.

No Alvorada, ao lado de Souza e outros parlamentares da bancada ruralista, Bolsonaro disse que o agronegócio era “muito estigmatizado” pelos partidos de esquerda, numa crítica aos governos do PT. “O agronegócio é orgulho nacional, conversamos mais sobre as questões do campo, a nossa responsabilidade com a segurança alimentar do Brasil e mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, o quanto crescemos ao longo desses quatro anos de mandato e quanto poderemos crescer”, afirmou o presidente.

Senadora eleita pelo Mato Grosso do Sul, a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina reforçou o apoio do setor a Bolsonaro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nós estamos aqui, maciçamente, prestando este apoio e colocando o nosso trabalho agora para que o presidente se reeleja. É o presidente que mais deu apoio ao agronegócio, através do crédito, da infraestrutura. Os produtores rurais pequenos, médios e grandes estão fechados com a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro”, declarou.