02/02/2021 - 7:18
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, esteve na noite de domingo, 31, na casa do ministro das Comunicações, Fabio Faria, para tratar da candidatura do governista Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara. O compromisso não constou na agenda oficial do presidente do BC, como determina a lei.
Estavam presentes também, segundo apurou o Estadão/Broadcast, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner do Rosário. O presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, também esteve na reunião.
O grupo resolveu fazer um bolão sobre quantos votos Lira – que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro – deveria receber na eleição, prevista para ontem à noite. Todos apostaram que o líder do Centrão ganharia em primeiro turno. Nogueira foi o mais otimista e apostou em 331 votos. Rosário ficou um pouco abaixo, com 325. Já Tarcísio citou 312 votos e Faria, 302. O presidente do BC arriscou um placar de 315 votos.
A aposta, valendo R$ 200, foi feita um pouco depois de o DEM anunciar seu desembarque da campanha de Baleia Rossi (MDB-SP). O partido de ACM Neto decidiu se manter neutro na disputa.
O jantar de Campos Neto na casa de Fabio Faria não apareceu em nenhum momento da agenda oficial do presidente do BC, a despeito de a publicidade de compromissos ser obrigatória para as autoridades do governo. A reportagem questionou o próprio Campos Neto e o BC a respeito do jantar e sobre o motivo para que o compromisso não fosse informado na agenda oficial. Campos Neto não respondeu à reportagem. A assessoria de imprensa do BC afirmou que não vai comentar. Tarcísio de Freitas também não quis se manifestar.
Na tarde desta segunda-feira, 1º, em publicação no Twitter, o ministro Fabio Faria negou que tenha havido apostas no jantar.
Durante a campanha, Lira fez encontros com representantes do mercado financeiro e é a aposta da equipe econômica para destravar a agenda liberal de Paulo Guedes. Campos Neto também conta com a vitória do candidato apoiado pelo Palácio do Planalto para aprovar na Câmara o projeto de autonomia formal do BC.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.