São Paulo, 4 – A Bahia, segundo maior produtor de algodão do Brasil, deve produzir 612 mil toneladas na safra 2023/24, o que corresponde a uma leve queda no volume de 0,49% ante 2022/23, que foi de 615 mil toneladas. A baixa por ser atribuída à produtividade, que não deve repetir a mesma marca da temporada passada, ficando, a princípio, em torno de 1.913 kg de pluma por hectare, 2,8% abaixo do ciclo anterior. Já a área ocupada deve ter aumento de 2,4%.

Os números foram divulgados no 1º Levantamento de Intenção de Plantio, apresentados, na terça-feira, 3, pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), durante reunião da Câmara Setorial do Algodão e seus Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

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“Ainda é muito cedo para estimar um índice mais expressivo. Esta primeira previsão é modesta e condizente com o que dizem as estatísticas”, afirmou o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi em nota. Na avaliação do dirigente, a queda de produtividade esperada para a próxima safra é uma estimativa conservadora da associação que, assim como a entidade nacional, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), acredita ser pouco provável que as condições de clima verificadas no ciclo 2022/2023 se repitam em 2023/24.

Apesar do clima favorável, a ocorrência de chuvas de fim de ciclo 2022/23 – que chegaram a 70 milímetros em um dia, em algumas regiões do oeste baiano -, não comprometeu a qualidade da pluma. As chuvas, contudo, causaram impacto no ritmo dos trabalhos e no prazo para o fim da colheita. A destruição das soqueiras no Estado teve de ser prorrogada em dez dias, atendendo a uma demanda da Abapa à Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), definida em reunião da Comissão Técnica Regional do Algodão (CTR do Algodão), no dia 15 de setembro.

Como reflexo das condições climáticas, a semeadura do algodão de sequeiro, para a safra 2023/2024, foi antecipada e deverá ser feita no período de 11 de novembro a 31 de dezembro deste ano. Por conta disso, o período de vazio sanitário também ocorrerá mais cedo, iniciando em 10 de setembro de 2024.

“Tivemos uma safra de qualidade muito boa, em função, também, do manejo adequado das lavouras, com a continuidade da adoção de boas práticas pelo produtor”, pontuou Bergamaschi. Ainda segundo o presidente, cerca de 80% do algodão colhido no Estado já foi beneficiado, e em torno de 75%, já passou por análise nos laboratórios de classificação, com resultados considerados excelentes. “A dedicação, nesse momento, é na execução do vazio sanitário, para que seja eficiente, mantendo a vigilância constante que é exigida no combate e controle do bicudo-do-algodoeiro. Agora também é hora de se preparar para a próxima safra, de revisar todos os processos e buscar cada vez mais eficiência”, concluiu Bergamaschi.

Com a colheita já finalizada, a safra de 2022/23 do Estado correspondeu a 615 mil toneladas de algodão beneficiado (pluma), com produtividade de 1.968 kg de pluma por hectare. A área ocupada foi de 312,6 hectares.