O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 24, mostrou melhora no cenário de crescimento econômico deste ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 0,90% para 0,96%, contra 0,90% há um mês. Considerando apenas as 69 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 avançou de 0,94% para 0,99%.

Para 2024, o Relatório Focus também mostrou leve alta na estimativa de crescimento do PIB, de 1,40% para 1,41%, contra 1,40% de um mês atrás. Considerando, porém, apenas as 62 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,38% para 1,30%.

Em relação a 2025, a mediana baixou de 1,72% para 1,70%, de 1,71% quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que continuou em 1,80%, contra 1,78% há um mês.

O Banco Central elevou sua estimativa para o crescimento do PIB deste ano de 1,0% para 1,2% no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do mês passado. Já na grade de parâmetros divulgada em março pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a estimativa do governo para a expansão da atividade em 2023 passou de 2,1% para 1,61%.

Dívida

Após o governo apresentar os detalhes da proposta de novo arcabouço fiscal, as projeções para as contas públicas em 2024 mudaram pouco no Boletim Focus. A projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para o ano que vem cedeu de 64,50% para 64,00%, contra 64,50% de quatro semanas antes.

Já a projeção para o déficit primário em 2024 continuou em 0,80% do PIB, distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB), enquanto o déficit nominal previsto cedeu de 7,10% para 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,40% do PIB, nessa ordem.

Após uma leitura mais aprofundada da nova regra fiscal proposta pela equipe econômica, o mercado financeiro teve uma reação negativa ao texto, principalmente devido ao número de exceções na norma de limite de gastos e à falta de punições mais severas em caso de descumprimento das metas fiscais. Há ceticismo também em relação à dependência de receitas extras para fechar as contas.

2023

Para este ano, no Boletim Focus, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB também caiu, de 61,30% para 61,00%, mesma mediana de um mês antes. Já a projeção para o déficit primário em 2023 continuou em 1,00% do PIB, de 1,02% quatro semanas antes. Para o déficit nominal este ano, a mediana subiu de 7,80% para 7,85% na última semana, contra 7,80% de um mês atrás.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro alteraram a expectativa para o superávit da balança comercial em 2023 no Boletim Focus divulgado nesta manhã. A projeção subiu de US$ 55,48 bilhões para US$ 57,70 bilhões, contra US$ 55,00 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana continuou em US$ 52,30 bilhões, de US$ 52,44 bilhões há quatro semanas.

Em relação à estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023, a mediana deficitária passou de US$ 49,90 bilhões para US$ 48,55 bilhões, ante US$ 50,40 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa deficitária passou de US$ 52,00 bilhões para US$ 52,50 bilhões, de US$ 51,39 bilhões há quatro semanas.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas. Para 2024, a estimativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, repetindo a mediana de um mês antes.