O Projeto Campo Futuro, da CNA e FAEMG, em parceria com a o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ-USP) percorre as principais regiões produtoras de Minas Gerais e tem entre os objetivos o levantamento dos custos de produção e, desta forma, criar um sistema de informação para estabelecer referências regionais.

Parceiro do projeto, anualmente o Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba recebe os pesquisadores do CEPEA que captam dados repassados por produtores, técnicos e pessoas envolvidas com o setor. Essa metodologia denominada “painel” consiste na definição da propriedade típica de produção da região pesquisada.

É o que explica o pesquisador do CEPEA/ESALQ-USP Luiz Henrique de Almeida. “Viemos para Uberaba para avaliar como foi a Safra Verão e 2ª Safra da soja, milho e sorgo desta propriedade representativa (400ha). Após levantar os custos com as informações será possível embasar discussões no Ministério da Agricultura, nas Secretaria de Agricultura do Estado e Municipal e colocar quais  para demandas são importante para os produtores”.

Durante a reunião, vários detalhes como: custos de produção, variação dos preços dos insumos (sementes, fertilizantes, defensivos, máquinas e equipamentos agrícolas) e até indicadores de desempenho (produtividade) são captadas e avaliadas.

Na safra 2015/16 os pesquisadores conseguiram concluir que ela foi positiva para quem plantou Soja e Milho Verão e os que optaram pelo plantio de Milho da 2ª Safra, os resultados não serão favoráveis, principalmente devido às variações climáticas. Para o sorgo, resultados positivos também.

“Alguns custos baixaram, é o caso dos fertilizantes, principalmente, em decorrência do dólar que acabou afetando alguns insumos. Temos também uma melhora no preço dos grãos que vai impactar positivamente o resultado, então, podemos dizer que por mais que tenhamos saldos negativos no milho 2ª Safra ele teve um amortecimento devido aos preços do grão.”, explica Luiz Henrique.

Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba Romeu Borges Júnior, o Projeto Campo Futuro, que já fez painéis sobre outros setores do agronegócio no município, é importante para que haja ações em prol aos produtores.

“Tendo os custos de produção regionalizados é mais fácil para que os governos tenham políticas públicas e planejamento de financiamento de crédito para cada região, com custo pré-estabelecido e conhecido por todo território nacional e, isso é fundamental para que nós possamos continuar crescendo na agricultura brasileira.”

Quem ganhou dinheiro?

“O produtor que ganhou dinheiro é aquele que se planejou, é o agricultor que está sempre antenado com os preços, que observa o mercado e se protege com relação os preços dos contratos. De acordo com uma perspectiva bem realista, é um produtor pé no chão que não se arrisca. Em relação ao Campo Futuro, analisamos que ganharam dinheiro os produtores que plantaram milho e soja no verão e no caso dos que optaram pela segunda safra, o resultado será negativo em decorrência do clima”, avalia Luiz Henrique de Almeida, pesquisador do CEPEA/ESALQ-USP. Fonte: Ascom