Os promotores de Justiça Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior, da cidade de Porto Feliz (interior de São Paulo) denunciaram o empresário Thiago Brennand, 42, pelo crime de lesão corporal em virtude das agressões praticadas contra o garçom Vitor Igor Rodrigues Machado, 26, que trabalha em uma unidade do restaurante Fasano dentro de um condomínio fechado em que o acusado possui uma residência.

Thiago Brennand é acusado dos crimes de estupro, cárcere privado, ameaça e lesão corporal por mais de dez mulheres. Ele foi encontrado pela Interpol na última quinta-feira, 13, em Abu Dhabi, onde aguarda o processo de extradição para o Brasil. Ele possui contra si duas ordens de prisão preventiva, uma delas da juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Érika Mascarenhas, e outra do juiz da 1ª Vara de Porto Feliz, Jorge Panserini.

De acordo com a denúncia do caso de Vitor Machado, no dia 11 de março o garçom estava saindo de moto do condomínio no final de seu expediente, 11 quando passou na frente da garagem de Brennand. Ele chegou a parar por alguns instantes, mas, como o veículo do empresário não saiu da garagem, retomou o trajeto.

Instantes depois, Machado afirma que foi interpelado por Brennand, que dirigia um veículo da marca Land Rover. O empresário teria colocado o carro na frente da moto, fechando o garçom, e exigido que ele descesse da moto, alegando que ele estava pilotando com excesso de velocidade.

O Ministério Público afirma que o acusado agrediu fisicamente o garçom “com um tapa no rosto e esganadura”, chamou-o de “vagabundo” e ameaçou proibir sua entrada no condomínio. Em entrevista concedida ao Estadão em setembro, Machado afirma que levou socos na testa, no olho, no nariz – que sangrou – e na nuca, e que precisou ser trocado de função pelo restaurante para preservar sua integridade.

O garçom registrou boletim de ocorrência no dia dos fatos e também passou por perícia junto ao IML (Instituto Médico-legal), que documentou as marcas das lesões.

Como a pena máxima pelo crime de lesão corporal leve é de um ano, o processo tramita perante o Juizado Especial Criminal de Porto Feliz. No mesmo ato em que ofertou a denúncia, o Ministério Público rechaçou a possibilidade de transação penal – espécie de “acordo” feito com o órgão, no qual o acusado presta serviços à comunidade ou paga uma multa em troca do arquivamento da ação – com base nos registros criminais que pesam contra Brennand.

Ele é descrito pela Promotoria como “alguém que se vê acima das leis e da ordem e que propala inocência num contexto de fantasiosa e insubsistente perseguição”.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO RICARDO SAYEG, QUE DEFENDE THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Ricardo Sayeg, que defende o empresário Thiago Brennand. Contudo, ele afirmou que não comentará o caso.