29/06/2021 - 20:57
Com uma das maiores fatias do fundo eleitoral e rompido com o presidente Jair Bolsonaro, o PSL acertou a filiação do apresentador da TV Band José Luiz Datena e estuda lançá-lo na disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições 2022, como outra opção entre os nomes da chamada “terceira via”, ou ao Senado. A filiação será formalizada nesta semana.
Ainda rachado e abrigando nomes fiéis ao presidente, como os deputados Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, o diretório estadual do PSL em São Paulo dá continuidade às mudanças que miram as próximas eleições. Uma das estratégias é trazer nomes “grandes” para a sigla.
“A vinda do Datena acontece em um momento em que o país precisa de esperança. O Brasil não pode ficar refém de dois nomes. O PSL acredita num novo caminho para o nosso país e está unindo todas as forças na construção dessa terceira via”, diz o presidente estadual do PSL em São Paulo, o deputado federal Júnior Bozzella.
Recentemente, o partido se abriu ao Movimento Brasil Livre (MBL) com a filiação do vereador paulistano Rubinho Nunes. Ele é advogado do grupo de onde ascenderam nomes que hoje estão no Legislativo, como o deputado estadual Arthur do Val (Patriota/SP), o deputado federal Kim Kataguiri (DEM/SP) e o vereador de São Paulo Fernando Holiday (Novo).
Arthur do Val já é aguardado no PSL. A filiação dele está sendo negociada por Rubinho. Arthur é visto como um possível candidato ao governo de São Paulo pela sigla. Em 2020, ele foi o quinto colocado na disputa pela Prefeitura da capital. A Coluna do Estadão informou que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também interessa ao PSL como possível candidato a governador.
Por terem as maiores bancadas, PSL e PT terão as maiores quantidades do fundo eleitoral calculado para o ano que vem. Em 2020, o PT levou R$ 201 milhões enquanto o partido que foi de “nanico” a potência em 2018 por causa de Bolsonaro recebeu R$ 199 milhões.
Datena na política: histórico de desistências
O PSL é o sexto partido a abrigar José Luiz Datena. Ele já passou pelo PT, onde ficou por 13 anos, PP, PRP, DEM e mais recentemente MDB. Chegou a ser pré-candidato a prefeito e vice-prefeito de São Paulo por seus três últimos partidos. Em 2018, declinou de concorrer ao Senado.
Em 2020, ele foi cotado para ser vice na chapa de Bruno Covas (PSDB), mas anunciou em agosto em seu programa na televisão que não seria candidato. Ele disse que o MDB chegou a oferecer a cabeça de chapa para a disputa à Prefeitura, mas que ele gostaria de ter ajudado Covas. Naquele dia, ele afirmou que pretendia ser candidato nas eleições de 2022. “Na próxima eleição, eu vou deixar a televisão e vou me candidatar”, declarou. “Eu vou estar frente a frente com esses caras. Só no campo deles você pode fazer alguma coisa.”