02/02/2021 - 15:12
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados repudiou o primeiro ato de Arthur Lira (PP-AL), que anulou uma decisão do seu antecessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e desconsiderou o bloco de apoio ao seu adversário na disputa Baleia Rossi (MDB-SP). Para o partido, a atitude de Lira é “antidemocrática e autoritária”. Na prática, a decisão impede que o grupo do emedebista assuma posições na Mesa Diretora, como estava previsto.
Segundo nota publicada pelo PSOL, o objetivo de Lira é controlar todos os níveis de decisão da Casa e visa o “benefício próprio e de seu grupo”. Para o partido, a decisão de Lira é deixar a Casa “sem espaço para posições divergentes”.
“Com essa manobra antidemocrática, que visa anular a oposição, Lira dá mostras de seu ímpeto autoritário, parcial e truculento na condução da Casa e reafirma seu alinhamento com o Palácio do Planalto”.
O ato de Lira ocorreu após Maia aceitar a inclusão do PT no bloco de Baleia mesmo após o fim do prazo. A decisão do agora ex-presidente da Câmara gerou protestos do deputado do Progressistas, que chegou a bater boca com Maia durante reunião e ameaçou judicializar a questão, mas depois recuou.
A formação dos blocos é importante porque é com base no tamanho de cada um que é definida a distribuição dos demais cargos na Mesa Diretora. Pelos blocos autorizados por Maia, o PL, aliado de Lira, ficaria com a primeira vice-presidência, que deveria ficar com o deputado Marcelo Ramos (AM). Caberia ao PT, dono da maior bancada na Casa, com 54 deputados, a primeira-secretaria, responsável por gerir contratos e autorizar obras. O partido já havia indicado a deputada Marília Arraes (PE) para a função.
Agora, um novo cálculo será feito levando em conta apenas a composição dos blocos registrados até ontem. Assim, PT e Solidariedade, por exemplo, não serão considerados e, consequentemente, haverá uma redistribuição dos cargos.