O presidente do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), Klaas Knot, enviou mensagem aos líderes do G20, datada de quinta-feira e publicada nesta sexta-feira, 11. Na mensagem, ele afirma que uma confluência de fatores pode expor “vulnerabilidades” no sistema financeiro global.

O FSB diz que o retorno da inflação a níveis “não vistos em décadas” levou a uma resposta “forte” nas altas de taxas de juros, com condições financeiras “significativamente mais apertadas”. A perspectiva para o crescimento enfraqueceu, o que é exacerbado por tensões geopolíticas e a incerteza “pronunciada”. Isso ainda ocorre em meio a níveis recordes de dívida corporativa não financeira, das famílias e de governos globalmente.

“Essa confluência desafiadora de fatores ameaça expor vulnerabilidades dentro do sistema financeiro”, afirma Knot.

Segundo o FSB, até agora o sistema global “tem se mostrado resistente” ao quadro atual, lidando com as condições econômicas e a “alta volatilidade de modo ordenado”, com apoio temporário e limitado quando necessário. Mas o órgão argumenta que “não há lugar para complacência” e diz que é preciso estar atento a novas potenciais vulnerabilidades.

O FSB ainda diz que o aperto atual ocorre em um sistema no qual a provisão de finanças por meio de instituições não bancárias tornou-se importante como crédito bancário. “Essa parte do sistema financeiro que muda rapidamente, o que chamamos de algum modo tecnicamente de intermediação financeira não bancária NBFI, na sigla em inglês, é muito diversa, incluindo, por exemplo, fundos de mercado monetário e de investimento, corretoras, fundos de hedge, companhias de seguro e fundos de pensão”, explica o FSB.

Segundo ele, um lado potencialmente negativo “desse dinamismo e dessa diversidade” é que algumas partes desses segmentos “não são muito transparentes e estão sujeitas a vulnerabilidade que podem ser detonadas durante períodos de estresse no mercado”.

Nesse contexto, o FSB vê como crucial a cooperação global pela estabilidade financeira. Knot ainda diz que está ansioso para manter uma relação próxima e de cooperação com a presidência indiana do G20, ao longo do trabalho a ser feito em 2023.