24/03/2020 - 18:25
A ilha vulcânica Île aux Cochons, que fica entre Madagascar e a Antártica, perdeu 900 mil pinguins-rei. Os pesquisadores intrigados promoveram uma expedição para o local, no arquipélago subantártico de Crozet e que administrativamente faz parte das Terras Austrais e Antárticas Francesas, para descobrir o que aconteceu, porém nenhuma das hipóteses foram comprovadas.
O ecologista Henri Weimerskirch, da agência nacional francesa de pesquisa CNRS, explica que a ilha, no sul do Oceano Índico, era a maior agregação de pinguins-rei do mundo nos últimos anos e a segunda maior colônia entre todas as 18 espécies de pinguins. As informações são da revista Science.
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A expedição, que aconteceu em novembro de 2019, encontrou diversos espaços vazios onde diversas gerações de pinguins viveram. A principal teoria dos cientistas é que os pinguins migraram pela rota marítima e não voltaram para a sua ilha de origem. Desta maneira, a colônia teria se dispersado, tendo em vista que os animais não foram encontrados em ilhas próximas.
Mas o mistério aumenta quando as características da espécie entram na discussão. Os pinguins-rei normalmente são animais fiéis ao local de nascimento e ao primeiro local de reprodução. Para os pesquisadores, é improvável que adultos e jovens da ilha tenham comportamento diferente dos de outras colônias.
Os pesquisadores colocaram armadilhas e câmeras de visão noturna para procurar gatos e ratos, que foram introduzidos por baleeiros ou caçadores há muito tempo na ilha. Eles são conhecidos por comer ovos e filhotes de aves marinhas. Mas nada foi identificado como uma pista para o desaparecimento.
Os cientistas também coletaram amostras de sangue de pinguim, para rastrear doenças, e desenterraram ossos de alguns deles que poderiam produzir pistas ecológicas adicionais, incluindo mudanças na dieta.
Sem evidências de erupção vulcânica em imagens de satélite ou fotografia recentes de helicópteros, uma tsunami devastadora também está descartada.
Muitos dados ainda precisam ser processados, mas os pesquisadores já descartaram algumas explicações possíveis para o enorme declínio dos pinguins, como a presença de predadores e doenças. A descoberta ainda deixa em aberto o que de fato aconteceu com as aves.