A contração da economia brasileira no quarto trimestre de 2022 foi disseminada entre todas as regiões do País ante o período de julho a setembro, conforme o Boletim Regional divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Banco Central, “corroborando a desaceleração em curso da atividade econômica”, avaliou a autarquia. No ano passado, contudo, houve crescimento generalizado.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que mede o ritmo da economia em todo o Brasil, caiu 1,46% entre outubro e dezembro, na margem. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,2% no quarto trimestre.

Os dados do Boletim Regional mostram que a queda mais forte foi verificada no Centro-Oeste, de 3,9% ante o terceiro trimestre.

O desempenho negativo foi seguido pela região Norte (-2,9%), Sul (-1,6%), Nordeste (-1,2%) e Sudeste (-0,4%).

2022

Em 2022, o crescimento foi verificado em todas as regiões do País, com destaque para o Centro-Oeste, onde houve avanço de 5,9% frente a 2021. O avanço econômico também foi forte no Nordeste (3,9%) e Sudeste (3,5%). No Norte, o crescimento da atividade foi de 2,3% no ano passado, enquanto no Sul houve alta de 1,2%. O IBC-Br subiu 2,9% em 2022, mesmo porcentual do PIB.

Segundo o BC, o indicador do ano mostra que a atividade econômica cresceu em todas as regiões, refletindo a continuidade da recuperação do volume de serviços, em especial daqueles prestados às famílias, considerando o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR).

“O Centro-Oeste liderou a alta da atividade econômica, repercutindo o crescimento da produção agrícola, da indústria de alimentos e a forte expansão da construção pelo segundo ano consecutivo, além de avanço em todos os segmentos de serviços.”

O BC ainda ressaltou que a agricultura também foi destaque no Nordeste. No Sul, contudo, a produção agrícola foi responsável pelo resultado fraco, assim como os modestos dados de indústria de transformação, no comércio e nos serviços de transporte. No Sudeste e no Norte, o crescimento foi generalizado com exceção, respectivamente, do comércio e da indústria extrativa, conforme o BC.

“A atividade econômica cresceu em 2022, com alguma heterogeneidade no desempenho dos setores, apesar da desaceleração ao longo do ano, em particular no quarto trimestre”, avaliou o BC no documento.

Entre os setores, a autarquia destacou que a produção industrial cresceu no primeiro semestre, mas recuou nos dois últimos trimestres, encerrando o ano com queda em relação a 2021. Da mesma forma, o comércio varejista no conceito ampliado só teve resultados positivos em dois trimestres, o primeiro e o quarto.

Já o setor de serviços manteve trajetória de expansão durante todo o ano, “encerrando 2022 com crescimento expressivo”, com impacto do retorno da mobilidade após o fim das restrições impostas durante a pandemia.

“Todavia, até o setor terciário desacelerou no quarto trimestre. O mercado de trabalho seguiu em trajetória favorável, com manutenção da geração de postos formais de trabalho, embora dados do quarto trimestre indiquem perda de dinamismo na margem.”