O preço do café caiu pelo quarto mês consecutivo em outubro nas prateleiras dos supermercados em São Paulo, segundo dados do Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS – Associação Paulista de Supermercados em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). 

No mês, a redução foi de 0,96%. Para fechar uma das combinações preferidas dos brasileiros, o leite também registrou queda de 1,55% em outubro.

Segundo o levantamento, a baixa dos produtos industrializados inclui grupo composto não somente pelo café, mas, também, por achocolatados em pó e chás. O movimento indica uma correção após picos anteriores influenciados pela volatilidade no preço internacional do café. O levantamento foi realizado antes do recuo do presidente norte-americano Donald Trump da tarifa de 40% sobre o café brasileiro, no último dia 20 de novembro. 

Segundo o economista-chefe da APAS, Felipe Queiroz, o café começa a se ajustar após um período de forte pressão. “A diminuição das tensões internacionais e a recomposição gradual da produção têm permitido essa trajetória de queda nos últimos meses.” 

No caso específico do café em pó, após um ciclo prolongado de aumentos desde março de 2024 — impulsionados por quebras de safra, custos elevados na origem e forte volatilidade internacional, os preços começaram a ceder em julho de 2025, quando registraram deflação de 3,03%. A tendência de baixa se manteve, incluindo o recuo de 1,37% no último mês. 

No grupo dos produtos semielaborados, além da redução de 1,55% em outubro, o leite concentra uma deflação de 1,47% no acumulado do ano e redução de 6,31% em 12 meses.

“Ao lado dos cereais, o leite continua a exercer o papel de âncora deflacionária na categoria dos produtos semielaborados, que registrou queda de 0,40% em outubro”, afirma Queiroz.